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São Francisco do Conde, Bahia, Brazil
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"Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber" (Art. 205 da Constituição de 1988).

Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

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sábado, 11 de maio de 2024

Guerra de informação em meio à tragédia.

 A ideia da extrema direita não é destruir a crítica, mas se apropriar dela. A reversão do que a esquerda tem de melhor é a sua pior arma. Estamos submetidos a um teste de reversão. Uma disputa política irresponsável que só favorece o autoritarismo ou enfraquece a democracia.

A munição da direita é o caos. Seu combustível é mais gasolina na fogueira. Afinal, o propósito é exterminar os mais fracos, portanto, quanto pior melhor.

No país, está em curso um esforço orquestrado para minar a confiança no Estado brasileiro. As armas da direita estão mirando na confiança da população nas capacidades de resposta do Estado e contra liberdades funadamentais, o que implica enfraquecer a democracia.

A máxima política aqui é: “guerras e catástrofes unificam o país”. O caos é provocado sob o discurso de união da nação em torno de uma liderança de poder extremada, mas antes explorada e reforçada por uma polarização insana. Na pandemia, o Brasil não se uniu, mas se dividiu, de maneira ainda mais aflitiva que em tempos de normalidade. Agora, com a tragédia no Rio Grande do Sul, perdemos outra vez a oportunidade de nos unir e dar as mãos em solidariedade.

Numa nação polarizada, todo fato explorado politicamente é desastroso. Imagine se esse fato já seja uma catástrofe ou tragédia. Enquanto meio milhão de gaúchos atingidos pelas enchentes teve de abandonar suas casas, uma enxurrada de publicações e mensagens no meio digital passou a atacar o governo e entidades governamentais – o discurso antigoverno. Vejamos em síntese:

·       “Não só não se empenham em ajudar a população, como criam obstáculos”;

·       “Exigir licenças de quem queria ajudar com lanchas, barcos e jet-skis ou notas fiscais de caminhões e carros que levam doações”;

·       Minar a confiança da população em doadores, no trabalho de bombeiros, policiais militares e do Exército;

Uma lenda urbana prosperou durante a pandemia de Covid-19: superada a emergência sanitária, nos tornaríamos pessoas melhores. A tragédia global teria o “lado bom” de turbinar a solidariedade. O isolamento social nos faria redescobrir a vida como a arte do encontro. Passado o flagelo, caídas as máscaras, haveria mais abraços, e ninguém soltaria a mão de ninguém. Balela! A calamidade no Rio Grande do Sul mostra que continuamos como dantes, uns contra os outros, enquanto a enxurrada passa, arrastando vidas, histórias, História. Na disputa pelo poder, questões de raça e gênero não só ficam em segundo plano como são a própria munição do Mercado. Esse Mercado não deseja outra coisa senão a eterna briga entre Estado mínimo e Estado paternalista – relegando sempre o Estado eficiente. Foi um Concurso Unificado que foi cancelado! Perdeu o Estado. Perdeu a Democracia. Perderam vidas! Perdeu a economia popular. Não basta o “racismo ambiental” causar catástrofes em regiões de população majoritariamente preta e parda; os próprios governos neoliberais pouco se importam com suas vítimas, sejam elas de ascendência europeia ou o que for. Todos viram munição nas mãos do mercado depredador. Um Mercado com tendência fascista.

Parece que o novo normal são os megadesastres naturais. E não bastará reconstruir o que se perdeu. Haverá que fazê-lo em novas bases. E aí o Mercado gosta!

Enfim, a mídia tradicional não só criou e organizou o bolsonarismo, como também o legitimou/naturalizou. Era para ter cortado o mal pela raiz, mas Bolsonaro continua solto. Agora, lidar com isso de maneira equilibrada num momento de emergência humanitária e forte polarização política é um desafio enorme.

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