Movimentou R$ 13,6 bilhões. Feira agropecuária. (expositores de 7 países). Agrishow realizada há mais de 29 anos em Ribeirão Preto, interior de SP. 195 mil visitantes.
A Agrishow é a feira anual do agronegócio, o principal fórum de discussão do setor no Brasil. Suas questões transversais têm sido a conjuntura econômica internacional, políticas públicas de apoio, oportunidades de negócios, inovações tecnológicas e estratégias de marketing com rótulo de sustentabilidade.
Os empresários do agronegócio viram na política o melhor dos seus negócios para alavancar mercados, segurança jurídica, investimentos, negócios e lucros. Há tempos investem em organizações civis e campanhas políticas a candidatos dispostos a engrossar bancadas representativas no Congresso, eleitas visando pressionar o governo para atender seus interesses específicos.
Felizmente, a última investida do agronegócio não decolou com Bolsonaro, agora o setor que se partidarizou e a
ele se vinculou o descarta – “figura deletéria”. Não só perdendo as eleições,
mas tornando-se inelegível, o projeto reacionário, autoritário e frustrado da
extrema direita reconhece seus podres: enquadra a política como uma batalha
entre amigos e inimigos, promove rupturas institucionais mais drásticas do que
reformas, fomenta a concentração do poder ao invés da descentralização, deseja a submissão das
instituições ao invés de sua independência, venera o livre mercado e a rejeição ao intervencionismo
estatal, e ainda por cima, por baixo e pelo meio flerta com um golpe de Estado.
Sua atuação política
deseja seguir apoiada na Globo, alicerçada em sua pauta conservadora e liberal.
Ninguém ignora que os agentes do setor são tradicionalmente conservadores, adversos
à demarcação de terras indígenas e à reforma agrária, tendo o MST como
principal inimigo.
Assim, agora o setor tenta se recompor apostando na própria autonomia para organizar-se e promover seus próprios interesses na
arena política. Isto é, o agro deseja despartidarizar, não se despolitizar. De
fato, a Frente Parlamentar Agropecuária é a mais
ampla e possivelmente a mais poderosa no Congresso: são 324 deputados e 50
senadores de legendas e colorações ideológicas variadas.
Fica nítido agora que a
principal estratégia empresarial e privada da Agrishow é embolar com o setor
público do atual governo Lula.3 para dar-lhe um abraço de urso. A cadeia global
de agropecuária é um setor notavelmente atendido por subsídios, e o agro
depende do poder público para se manter competitivo. Inversamente, o Poder
Público não depende tanto do agro, que em decorrência de sua política de
exportações encarece a comida local e depreda recursos naturais.
Enfim, a Agrishow tentou ser reacionária
e autoritária apostando num vândalo político para promover seus interesses, mas
felizmente não decolou. Continua agora sendo o que sempre foi – conservadora e
liberal. Seja como for, é amiga do mercado privado e da grande mídia, e nociva aos
povos originários, ao MST e ao povo brasileiro.
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