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São Francisco do Conde, Bahia, Brazil
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"Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber" (Art. 205 da Constituição de 1988).

Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

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quarta-feira, 1 de maio de 2024

Crítica à Agrishow.

 Movimentou R$ 13,6 bilhões. Feira agropecuária. (expositores de 7 países). Agrishow realizada há mais de 29 anos em Ribeirão Preto, interior de SP. 195 mil visitantes.

A Agrishow é a feira anual do agronegócio, o principal fórum de discussão do setor no Brasil. Suas questões transversais têm sido a conjuntura econômica internacional, políticas públicas de apoio, oportunidades de negócios, inovações tecnológicas e estratégias de marketing com rótulo de sustentabilidade.

Os empresários do agronegócio viram na política o melhor dos seus negócios para alavancar mercados, segurança jurídica, investimentos, negócios e lucros. Há tempos investem em organizações civis e campanhas políticas a candidatos dispostos a engrossar bancadas representativas no Congresso, eleitas visando pressionar o governo para atender seus interesses específicos.

Felizmente, a última investida do agronegócio não decolou com Bolsonaro, agora o setor que se partidarizou e a ele se vinculou o descarta – “figura deletéria”. Não só perdendo as eleições, mas tornando-se inelegível, o projeto reacionário, autoritário e frustrado da extrema direita reconhece seus podres: enquadra a política como uma batalha entre amigos e inimigos, promove rupturas institucionais mais drásticas do que reformas, fomenta a concentração do poder ao invés da descentralização, deseja a submissão das instituições ao invés de sua independência, venera o livre mercado e a rejeição ao intervencionismo estatal, e ainda por cima, por baixo e pelo meio flerta com um golpe de Estado.

Sua atuação política deseja seguir apoiada na Globo, alicerçada em sua pauta conservadora e liberal. Ninguém ignora que os agentes do setor são tradicionalmente conservadores, adversos à demarcação de terras indígenas e à reforma agrária, tendo o MST como principal inimigo.

Assim, agora o setor tenta se recompor apostando na própria autonomia para organizar-se e promover seus próprios interesses na arena política. Isto é, o agro deseja despartidarizar, não se despolitizar. De fato, a Frente Parlamentar Agropecuária é a mais ampla e possivelmente a mais poderosa no Congresso: são 324 deputados e 50 senadores de legendas e colorações ideológicas variadas.

Fica nítido agora que a principal estratégia empresarial e privada da Agrishow é embolar com o setor público do atual governo Lula.3 para dar-lhe um abraço de urso. A cadeia global de agropecuária é um setor notavelmente atendido por subsídios, e o agro depende do poder público para se manter competitivo. Inversamente, o Poder Público não depende tanto do agro, que em decorrência de sua política de exportações encarece a comida local e depreda recursos naturais.

Enfim, a Agrishow tentou ser reacionária e autoritária apostando num vândalo político para promover seus interesses, mas felizmente não decolou. Continua agora sendo o que sempre foi – conservadora e liberal. Seja como for, é amiga do mercado privado e da grande mídia, e nociva aos povos originários, ao MST e ao povo brasileiro.

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