Quem sou eu

Minha foto
São Francisco do Conde, Bahia, Brazil
Professor, (psico)pedagogo, coordenador pedagógico escolar e Especialista em Educação.
Obrigado pela visita!
Deixe seus comentários, e volte sempre!

"Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber" (Art. 205 da Constituição de 1988).

Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

Arquivos do blog

sábado, 2 de março de 2024

PIB 2023.

 O PIB brasileiro cresceu 2,9% em 2023 (o 1º ano do 3º mandato de Lula). Porém, a principal questão em economia não é o PIB crescer, mas quem o impulsiona para cima. O agronegócio e as exportações ou o consumo das famílias?

Análise do Gráfico:

·       O gráfico mostra um resultado desigual, e reflete bem a queda de braço entre os planos do governo (que deseja distribuir renda) e os interesses de setores privados do empresariado (que deseja lucros vendo seus negócios privados crescerem).

·       No lado da oferta, o PIB foi puxado pelo agronegócio e bons preços no mercado internacional, que teve expansão recorde, e pela indústria extrativa (supersafra ou commodities).

·       No lado da demanda, o consumo das famílias (3,1%) e as exportações (9,1%) foram os motores.

·       A agropecuária cresceu 15,1% no ano. A indústria extrativa, que inclui os setores de mineração e petróleo e gás, teve alta de 8,7%. Somados os dois setores, produtores das principais matérias-primas exportadas pelo país, responderam por metade do crescimento de 2,9%;

·       A agropecuária depende menos do ciclo de demanda, associado a emprego, renda e consumo, que é afetado pela política monetária, por meio de altas ou quedas na taxa básica de juros (a Selic, hoje em 11,25% ao ano);

·       Os serviços, com quase 70% de peso no total da economia, cresceram 2,4%;

·       Esse crescimento de 2,9% (o número foi mais de 3x o projetado no início do ano – 0,8%) mostra que a atividade econômica como um todo foi mais aquecida do que o previsto. O mercado de trabalho revelou uma resiliência maior do que se esperava. Em certa medida, isso gerou algum impulso maior no consumo. Pela ótica de oferta, isso teve um efeito no setor de serviços. Quando há uma melhora no emprego, isso traz um aumento do poder de compra para a família.

·       A atividade mais aquecida se refletiu no avanço de 3,1% do consumo das famílias (turbinado pelo aumento das transferências do governo, reajuste do salário mínimo acima da inflação e mercado de trabalho aquecido). Esse componente da demanda foi impulsionado pelo aumento do emprego e da renda no mercado de trabalho, pelo reajuste no salário mínimo, pelo salto no valor dos benefícios do Bolsa Família e pela desaceleração da inflação, principalmente dos alimentos, mas os juros altos evitaram um desempenho melhor. Tivemos o poder de compra restabelecido para artigos de necessidade em uma quantidade mais confortável. Ou até na escolha de marcas de preferência. O emprego trouxe a oportunidade de regularizar pendências financeiras. O orçamento doméstico sob controle abre brecha para o consumo.

·       A retomada do pagamento dos precatórios (dívidas dos governos com pessoas e empresas), que já foi reconhecido em decisões judiciais, iniciado no fim do ano passado, deverá gerar um aumento na renda das famílias neste início de ano, sustentando o consumo.

·       O desempenho do PIB foi desigual. O avanço foi todo concentrado no primeiro semestre, enquanto a segunda metade do ano foi marcada pela estagnação. Tanto o terceiro quanto o quarto trimestre tiveram crescimento nulo sobre os três meses imediatamente anteriores. O crescimento na primeira metade do ano tem a ver com a supersafra de grãos. A produção de soja, principal cultura de grãos do país, se concentra no primeiro semestre. Sem ela na conta, o PIB da agropecuária é, geralmente, mais fraco nos segundos semestres.

·       A agricultura não deve ter o mesmo desempenho neste ano, por conta de efeitos climáticos. Porém, mesmo sem a força do setor, os analistas afirmam que novas reduções da Selic e a ampliação do crédito, além de um mercado de trabalho ainda forte, devem sustentar a atividade do País. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reiterou a previsão de crescimento de 2,2% para 2024, ao apostar em tendência positiva para a indústria e a construção civil ao longo do ano.

Enfim, os juros ainda estão altos, mas o resultado passa confiança, e precisamos de investimentos para a economia rodar. A queda de investimentos ou  a taxa de formação bruta de capital fixo é alerta: de 3%, que baixaram a 16,5% do PIB (reflexo do aperto monetário). Dados sobre poupança ainda mostram retração (15,4%), isso trava crescimento mais sustentado da economia. Entretanto, o foco é o mercado de trabalho ainda aquecido e o reajuste do salário mínimo, que impulsionarão a atividade neste ano de 2024. Já 2025 deverá ser melhor, puxado novamente pela agropecuária e pela indústria extrativa, com novos poços de petróleo entrando na conta. 

Brasil volta ao grupo das dez maiores economias do mundo. Ranking da Austin Rating mostra país no 9º lugar. Em 2022, era o 11º, diz FMI. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário