Como vários outros países com histórico de regimes autoritários, o Brasil adotou práticas necessárias para proteger o exercício parlamentar. A memória de perseguições arbitrárias no período da ditadura despertou a preocupação de garantir a segurança do mandato. As prerrogativas parlamentares destinadas a proteger o livre exercício da representação popular são fundamentais. Mas ninguém deve estar acima da lei, sobretudo na esfera criminal. Cargos no Executivo ou no Legislativo não são um santuário para quem é alvo de investigação. Por isso a tentativa de blindá-los não tem o menor cabimento.
A PEC deseja:
· Condicionar
investigações policiais à aprovação do Parlamento;
· Garantir que
parlamentares investigados tenham acesso irrestrito aos inquéritos (inclusive a
trechos sigilosos);
· Dificultar a
prorrogação de investigações;
· Proibir
operações de busca e apreensão nas dependências do Congresso;
· Tirar do âmbito
do STF o julgamento de parlamentares;
· Blindar
deputados e senadores do alcance da Justiça é contrário ao bom senso, à
determinação constitucional de que todos são iguais perante a lei e aos
interesses do Brasil;
· É perda de tempo
dos parlamentares;
· Protegê-los do
alcance da lei fere Constituição e drena energia;
· O fim do sigilo
sobre as investigações inibiria a produção de provas. Condicionar o início das
investigações à aprovação do Congresso tornaria os parlamentares intocáveis,
restringindo a independência da Justiça.
· O projeto tem tudo para virar sinônimo de leniência.
Enfim, o
Congresso deveria se preocupar com uma agenda construtiva para o país em áreas
como educação, segurança e economia, e não em proteger os parlamentares de
investigações da Justiça. Não há a menor justificativa para blindar quem quer
que seja na sociedade brasileira, muito menos quem exerce mandato parlamentar.
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