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"Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber" (Art. 205 da Constituição de 1988).

Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

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domingo, 3 de março de 2024

Liberdade de expressão e redes sociais.

Qual a extensão da liberdade de expressão em redes sociais?

Não haver moderação de conteúdo nas redes sociais, como num “vale-tudo”, é impor riscos para a democracia e a saúde pública.

O ser humano precisa de travas e limites aos seus impulsos naturais, que devem ser bem construídos pela cultura. A princípio, esse papel é delegado à família, à escola, à tradição comunitária e às suas instituições. São esses mecanismos que autorregulam o jogo da convivência em sociedade, sem os quais nenhuma aposta coletiva funcionaria em prol do bem comum. Isso vale para o poder de regular o discurso na internet.

O papel do poder público ao disciplinar as redes sociais é de extrema importância e responsabilidade. Deve-se pressionar o poder das plataformas para moderar o conteúdo circulante, como remoção de posts ou de contas com base em pontos de vista com conteúdos odiosos que ferem os direitos e as liberdades fundamentais. E não se trata de censura, mas de proteção da democracia, da política e da saúde pública.

Comunicação exige responsabilidade e respeito. Logo, todo conteúdo é passível de edição moderada pelas próprias plataformas que são seu suporte. Defender a interpretação sem filtro ou obrigações não é garantir a liberdade de expressão, mas abrir caminho irrestrito para o que não é saudável para o coletivo – a circulação de mentiras, conspirações, o discurso de ódio, a desinformação e calúnias.

Se por um lado é preciso respeitar a liberdade de expressão, por outro, é preciso evitar que tal liberdade irrestrita e irresponsável se autodestrua ou prejudique as coletividades. Carregamos ao lado do nosso poder de criar o princípio da nossa própria destruição. Não podemos brincar de Deus e misturar o inferno com o céu, politicamente falando.

Regular as plataformas é necessário e urgente, pois seus esforços de moderação têm sido insuficientes. A elas deve ser atribuído o dever de cuidado pelo que fazem circular, para que as leis vigentes no mundo off-line também sejam respeitadas no on-line. É esse o espírito da própria convivência democrática. Afinal, assim como os veículos de comunicação, as plataformas devem ter um compromisso com a verdade e a responsabilidade – e devem ser cobradas por isso.

Enfim, a extrema direita deseja abrir os portões do inferno. A chave seria a transmissão de qualquer mensagem independentemente do conteúdo pelas redes sociais. A regra seria a eliminação de todas as regras. Nenhuma sociedade sobrevive sem pactos, alianças e leis. É verdade que precisamos melhorar a qualidades dos consensos coletivos. Mas, a tentativa de desfazer a coesão social, é aclamar fascismos, genocídios, ditaduras. Insano!

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