Quem sou eu

Minha foto
São Francisco do Conde, Bahia, Brazil
Professor, (psico)pedagogo, coordenador pedagógico escolar e Especialista em Educação.
Obrigado pela visita!
Deixe seus comentários, e volte sempre!

"Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber" (Art. 205 da Constituição de 1988).

Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

sábado, 30 de março de 2024

Os acertos de Lula e os erros das esquerdas.

 

"As esquerdas perderam a capacidade de mobilizar e de sustentar atividade política forte no enfrentamento da extrema direita? Estão elas confundindo o papel do governo federal com os dos partidos políticos? Ora, a disputa política ocorre em duas vias principais: uma é pelo confronto de negações excludentes (que é mais apropriada aos partidos); a outra, pela construção de direção e sentido (mais própria dos governos). Aqui, Lula e sua equipe estão fazendo muito bem o dever de casa. Quem está fazendo falta são os sindicatos, a sociedade civil, os movimentos sociais e os partidos políticos".

São marcas da política brasileira suas crises intermináveis e a falta de perspectiva para o povo. 

Tendo sido malsucedido em seus dois momentos cruciais de fundação: a Independência e a Proclamação da República, o país produziu mais líderes políticos "fracos" e dependentes de "forças auxiliares ou de forças mercenárias para governar". Sem autonomia, "ou eles perdem o poder, ou fazem enormes concessões aos aliados e terminam fracassados". 

Esse quadro desalentador foi, evidentemente, agravado pela pandemia do novo coronavírus, quando o inelegível foi "contrário à liberdade, à democracia, ao Estado de Direito e à Constituição", exibindo seu descaso para com as vítimas no Brasil.

Esse nosso fracasso decorre da inexistência de uma estratégia inovadora de mudança e de líderes dotados de virtù, genuinamente populares e competentes, justos e capazes de subordinar sua ambição pessoal à ambição da grandeza do Estado. Felizmente, o Brasil possui uma rara exceção. Ela se chama Lula.3.

O jogo das aparências é um elemento constitutivo da política. Mesmo sabendo que tem adversários e inimigos, o presidente deve guiar-se pela máxima de que “o príncipe guerreiro e incrédulo deve proclamar incessantemente a paz e a fé”. É isto que está fazendo vô Lula.

Nossa conjuntura atual ainda é a de um país enredado com a fracassada tentativa de golpe e com o alto grau de polarização política. Logo, a responsabilidade ou tarefas do governo são:

1.     Deslocar grupos polarizados para um campo despolarizado (aqui entram militares, evangélicos, etc.). O atual momento não é de estimular divisões. Aqui, o objetivo é enfraquecer os inimigos e agregar força, seja por adesão ou neutralização;

2. Fechar as portas para o pronunciamento político da caserna, orientando-a para as missões profissionais e constitucionais. Aqui o objetivo é colocar um ponto final na intervenção militar na política, seja pela via de uma nova doutrina ou pela vedação legal e punição exemplar, seja pelo Judiciário, dos envolvidos na tentativa de golpe.

Foi certeira a lei do atual ministro da Defesa e o comandante do Exército que vedou o envolvimento eleitoral e partidário de militares da ativa e de sua participação em ministérios. A esquerda já deveria ter fechado legalmente as portas da participação dos militares na vida política e partidária desde a redemocratização!

Lula está acertando. Presidente é sinônimo de Ética, de responsabilidade, presidir “todo” o povo, ponto de convergência da unidade nacional, e agir para que ela se efetue ao máximo possível, dados os conflitos diversos inerentes à sociedade.

Agora, se o Governo está acertando, cadê o papel da sociedade e dos partidos? Desses, fraqueza e imobilismo. Esquerdas perderam a capacidade política de enfrentar a extrema direita, foi isso? Estão terceirizando tudo ao governo ou ao STF? Afinal, os debates e protestos contra o golpe, os atos de repúdio aos 60 anos do levante militar, a defesa da democracia e o combate ao golpismo bolsonarista é também, e sobretudo, de responsabilidade da sociedade civil, sindicatos, dos movimentos sociais e dos partidos políticos.

Enfim, o que Lula e os integrantes do governo podem e devem fazer, neste momento de embates, eles já estão fazendo – reforçar o discurso em defesa da democracia e dos benefícios que ela pode suscitar para a sociedade, para a justiça social e para a liberdade. E estão fazendo muito bem, diga-se de passagem. Entretanto, a disputa política não ocorre apenas pela construção de direção e sentido, mais própria dos governos. Ocorre também pelo confronto de negações excludentes, que é mais apropriada aos partidos, e da mobilização e tomada de espaços públicos, tarefa de sindicatos e da sociedade civil. É disso que estamos sentindo falta, muita falta.

Nenhum comentário:

Postar um comentário