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“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

domingo, 31 de março de 2024

Manchas na Democracia.

De uma investigação correta a um exemplo de como o crime organizado se infiltra no Estado.  

A resolução de parte do caso Marielle Franco pela Polícia Federal (PF) abre esperança para se acreditar na segurança pública do Brasil. Isso porque, foram presos suspeitos não apenas de mandar matar Marielle, mas também de sabotar as investigações para proteger os executores e a própria organização criminosa.

No emaranhado de fatos envolvendo o crime, ainda há muitos fios a puxar. Há indícios de que a Polícia Civil do Rio recebia propina para engavetar a apuração de homicídios da contravenção. Também, ainda não foram esclarecidas mortes de suspeitos vinculados aos acusados de tramar o assassinato – e “apagados” no caminho como queima de arquivo. Como esses acusados ascenderam na estrutura do Estado e quem lhes abriu as portas do poder?

Entretanto, o que ficaram evidentes nessa história toda foram as muitas manchas. Vieram à tona investigações com rotina de omissão e destruição de provas, muitas suspeitas de sabotagem, celulares e inquéritos desapareceram, testemunhas que não foram ouvidas, pistas descartadas pela Delegacia de Homicídios, muitos indícios de omissão proposital, etc e tal. Ou seja, o grau alarmante de contaminação institucional revelado pelas investigações do caso Marielle deveria servir de alerta às autoridades. O envolvimento da polícia com o crime organizado é “extremamente grave”. Essas instituições necessitam de refundação!

Foi preciso e necessário Lula.3 chegar ao poder para dar mais força e autonomia à Polícia Federal, coisas minguadas no governo anterior. A PF, corporação mais imune à contaminação que as polícias estaduais, tem demostrado independência para investigar casos que estas preferem abafar. Ela deve ser o eixo de uma força-tarefa nacional para desarticular o crime organizado, envolvendo as demais forças de segurança, Ministério Público, juízes especializados, Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e Receita Federal. Como em toda iniciativa de sucesso capaz de desarticular máfias incrustadas no Estado mundo afora, investigar o rastro do dinheiro é fundamental para asfixiar financeiramente as organizações criminosas e impedir que continuem a alimentar a barbárie.

É preciso agir contra o crime organizado antes que a contaminação institucional cresça, o que implica enfrentar as máfias que aterrorizam o país. Mídia, Governo Federal e estados, polícias, forças de inteligência e investigação, bem como toda a sociedade devem combater organizações criminosas que agem como multinacionais do crime. Para isso, é preciso dispor dos recursos financeiros e dos meios necessários para isso.

Enfim, alguns avanços sinalizam para uma nova política de segurança pública nacional, no caminho que impeça o avanço do crime organizado sobre as instituições.  É preciso reerguer a política de segurança pública no Brasil. A investigação correta de um crime é a semente de uma força-tarefa que asfixie a tentativa de crime entranhado nas instituições. Só com um comando central, a atuação de uma força-tarefa que integre as diversas instituições e um plano de segurança robusto, será possível vencer o crime organizado no país.


O oportunismo sobre a dor.

Os trechos mais marcantes da fala da mãe de Marielle, a Marinete Silva:

·       “Vazamento de informações sensíveis e tapinhas nas costas que não nos traziam nenhum conforto”;

·       “Autoridades que, num primeiro momento, nos acolheram enquanto sofríamos e chorávamos a morte dela, participaram do plano que tirou a vida da minha filha. Nos prometeram justiça, mas tramaram contra a vida dela. Não realizaram as diligências necessárias, sabotaram o processo”...

·       “Vejo, mais uma vez, pessoas de todos os campos políticos tentando se promover em cima da memória de Mari, com uma investida de várias partes, tentando ganhar notoriedade e se apropriar politicamente do caso”...

·       “O caso da minha filha é uma mancha na democracia do nosso país e nossa democracia só voltará a viver tempos verdadeiramente melhores quando tivermos respostas e justiça – responsabilização dos executores e dos mandantes desse crime político, uma justiça que responsabilize os autores do crime, com reparação para nós e que garanta a não repetição com outras pessoas”.

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