É notório o papel cada vez mais importante que a PF ganha no combate à corrupção, especialmente ligada ao narcotráfico e às milícias paramilitares. A importância da corporação cresce à medida em que os resultados vão aparecendo. Nunca houve na história recente uma série de depoimentos e investigações sobre militares do mais alto escalão que não representasse uma ruptura institucional. Ao contrário, desta vez, está ocorrendo um processo dentro dos trâmites legais, com amplo direito de defesa, sem que os aspectos fundamentais da instituição sejam desrespeitados.
Muito tem ajudado a manter esse clima republicano as sandices que vão sendo descobertas, revelando que a ganância individual sempre esteve acima da postura profissional. Apostamos no bom senso de profissionais formados com uma preparação de alto nível. Em nome de uma desmedida ambição, a burrice foi acatada como método e estratégia. Isso explica o motivo de adultos fardados seguirem um líder de fancaria (a ignorância como método). Não chegamos ainda à postura profissional de forças militares de países mais equilibrados democraticamente, que se colocaram, quando necessário, francamente contra arroubos autoritários. Mas, estamos aparentemente à frente quando se trata de investigar e punir a sedição, pois o ex-presidente Jair Bolsonaro já está inelegível.
Vamos atrás do absurdo maior a nível de geopolítica global, sobre o horror da guerra em Gaza e o desgoverno de Netanyahu: "Os que permaneceram formavam um amontoado humano em meio ao nada, sem amanhã. O fundo do poço era ali: muitos alimentavam os filhos com ração animal, enquanto cães igualmente errantes se alimentavam de pedaços de carne humana entre destroços". “Trocamos a alma por um saco de farinha” (Yehia Al Masri, médico palestino). A extinção de vidas que já dura quase 5 meses é consequência do ódio – ódio ao palestino. Palestino terrorista ou palestino civil, de esquerda ou de direita, homem, mulher ou criança, esse estorvo de gente que teima em se dizer palestino nem sequer deveria existir. É de fato incongruente conciliar uma ação humanitária dos EUA para palestinos, quando estes são estraçalhados por armamentos israelenses financiados por Washington.
Enfim, toda guerra, assim como a paz, tem seus
atravessadores. Precisamos abrir mentes desarmadas, interessadas no viver
alheio. Nossa viagem civilizatória demonstra que ainda não foi suficiente o
tempo de modelagem do humano sensato de paz. Ser humano não necessita de
concordância, pois não precisamos perder a nossa essência no desentendimento.
Os princípios permanecem diante da injustiça, da traição e dos testes.
Por fim, outros dois
absurdos: 1) Trump teoricamente ainda pode ser candidato nos EUA até mesmo se
for preso, o que é um paradoxo fatal para a democracia americana; 2) e a
espantosa capacidade de líderes populistas claramente artificiais e caricatos atraírem
adeptos entre as elites dos países que governam.
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