A missão mais espinhosa do governo Lula.3: domar a violência que fustiga o país, aterroriza os brasileiros e ameaça a imagem do presidente. Nas ruas predomina a sensação de insegurança.
A mídia, a direita e a elite sempre quiseram pregar a peça de que o PT defende bandido. Uma forma sutil de descaracterizar a distribuição de renda e o olhar inclusivo para os mais pobres, como se cuidar de gente fosse um crime. Desejam apenas o conflito direto contra a violência, em vez de sua prevenção. Talvez por isso governos de direita flertam com as milícias – elas também sugam o Estado de bem-estar social. Flertando com a ditadura, desejam a concentração de poder através de um órgão federal de política nacional de segurança pública, quando o correto é coordenar e compartilhar as responsabilidades com os estados e municípios e suas políticas de paz e inclusão, uma tarefa constitucional dos governadores.
Quando olhamos com calma as novelas, os filmes, o BBB e os telejornais estão lá o recorte do cotidiano em pauta: guerras entre quadrilhas, tiroteios a qualquer hora em qualquer lugar, balas perdidas, roubos, furtos, golpes praticados por bandidos de dentro dos presídios... Pânico geral!!! Eles desejam combater a violência com mais violência, integrando as polícias num “Olho de Sauron” só, pois o espetáculo rende ibope.
A mídia e a direita nunca focará a violência como um dos frutos da brutal desigualdade social. Nunca colocará a culpa nos ricos e no capitalismo. Apenas apontará o problema e culpará o Estado. “A Constituição Cidadã de 1988 ainda não chegou àquele trecho da cidade. A lei ali é outra”. Logo, a causa e as consequências, bem como a solução, só depende do poder público e com ações apenas diretas: “atuação firme, confronto direto, equipe técnica e plano de ação”.
Privatização batendo de um lado, empresas do outro, milícias de um estado paralelo também. É a tentativa do estado de exceção tentando se impor. Violência não se combate com mais violência. Violência se combate com inteligência e prevenção. O objetivo dessa manipulação é politizar a percepção de insegurança e levar a população a se insatisfazer com o governo, portanto, contra o próprio projeto de inclusão e distribuição de renda, desacreditando nas soluções pelo viés das políticas públicas.
Enfim, quando não é pela imposição do medo eles tentam a via do constrangimento, tudo para intimidar o pensamento. Nunca conseguirão!
Argumentos
da direita:
· Integrar (concentrar) o combate ao crime com uma mão de
ferro do governo federal;
· Embora os números registrem queda de 4% nos assassinatos
em 2023, reforçar a percepção do senso comum e da opinião pública de que
vivemos em total insegurança, portanto precisamos ir do medo ao pânico e pavor (8
em 10 brasileiros acreditam que a violência se agravou, pesquisa Quaest de
novembro);
· Buscar dados/números de outros ângulos da questão (órgãos
internacionais ou de outros anos e datas) para atribuir alguma credibilidade no
caos presente. Exemplo: “O Brasil registrou, em 2021, 22,4 homicídios
intencionais por 100 mil habitantes, quase o quádruplo da média global”
(Escritório das ONU sobre Unodc).
· Percepção pública manipulada, jogar a população contra o
governo. “A gestão de Lula na segurança é considerada ruim ou péssima por 50% e
regular por 29% (Datafolha, dezembro)". E aí dá a tacada: “Administração
petistas sempre resistiram a assumir a pauta de segurança. Não só por motivos
ideológicos, mas também por conveniência. O alarme soa em todos os cantos do
país. Infelizmente, o Planalto não dá ouvidos”.
· Profissionalizar e equipar com tecnologia o crime organizado, mostrando que facções criminosas atuam no Brasil todo e controlam rotas do tráfico internacional. Com isso, gastar toda a energia dos órgãos de controle e fiscalização, como a PF, PRF, MP, sobrando pouco foco para investigar o clã Bolsonaro e as maracutaias do Mercado: “O Estado já não controla parte relevante do território, tomado por organizações criminosas. A Amazônia hoje concentra algumas das cidades mais violentas do país. No Rio, traficantes cobraram da prefeitura ‘pedágio’ para permitir uma obra pública. Na Rocinha, uma das maiores favelas do país, chefões já lucram mais com a extorsão aos moradores do que com o tráfico”.
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