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São Francisco do Conde, Bahia, Brazil
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"Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber" (Art. 205 da Constituição de 1988).

Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

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segunda-feira, 12 de fevereiro de 2024

Resistências ao atual PNE.

 O Plano Nacional de Educação (PNE) determina estratégias para a política educacional do país por uma década. O novo plano estipula as orientações que vão valer de 2024 a 2034. A maior resistência ao texto provém de frentes parlamentares motivadas por políticas ultraconservadoras e do movimento Escola Sem Partido, que desejam promover o agronegócio por meio da educação.

O debate não será fácil e demandará costuras do governo com a oposição. Entre as propostas progressistas e mais polêmicas aprovadas pela Conferência Nacional de Educação (Conae), estão:

·       Desmilitarização de escolas;

·       Criminalização do ensino domiciliar (homeschooling);

·       Revogação da Reforma do Ensino Médio e da BNCC (o governo federal deseja ampliar o tempo de formação geral básica);

·       Estabelecimento de padrões de qualidade para a educação a distância (Ead);

·       A meta de investir 10% do PIB em educação, o dobro do que se investe hoje (o gasto brasileiro nos três níveis de governo Federal, Estadual e Municipal, fica em torno de 5,4% do PIB);

·       Se a principal crítica (pertinente) ao governo Bolsonaro era justamente a politização da educação, qual o sentido de insistir nos mesmos temas, apenas com sinal trocado?

O novo PNE foi aprovado na Conae no dia 30/01. Camilo Santana pretende enviar o texto ao Legislativo até a primeira quinzena de abril, pois as diretrizes traçadas há 10 anos valem até junho de 2024. Porém, no caminho, duas pedras: resistência e tramitação lenta no Congresso. Além de já enfrentar dificuldades de votação do PL de mudança do Novo Ensino Médio (deixando para depois a mudança do perfil de prova no Enem: com duas etapas, uma comum para todos os candidatos e outra aprofundada em alguma área do conhecimento escolhida pelo aluno), agora parlamentares das bancadas ruralistas e evangélica articulam uma tramitação lenta de votação do novo texto do PNE até a sua prorrogação por mais 4 anos de prazo de vigência (evitando assim um período sem a legislação, como aconteceu entre 2010 e 2014).

Enfim, há representantes da educação que só desejam olhar para o que se passa dentro da escola e fechar os olhos para o entorno dela. Acontece que ações no entorno da escola impactam os resultados observados dentro dela, tanto para o bem quanto para o mal. As resistências ao atual PNE a nível macropolítico estão aí para ilustrar. De todos os fatores externos à escola é o nível socioeconômico das famílias a variável de maior influência nos resultados de aprendizagem dos alunos. 

Educação, extras:

·       Faltam ao MEC:

- plano consistente;

- habilidade política;

- agenda capaz de fugir da polarização;

- missão promissora;

- estratégias da política educacional;

- boas conduções da discussão;

- saber lidar com as questões técnicas e os componentes ideológicos;

- discussões são saudáveis, mas não quando paralisam decisões;

- mediar as necessidades urgentes da educação brasileira e as pressões da base sindical ligada ao PT.

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