O Plano Nacional de Educação (PNE) determina estratégias para a política educacional do país por uma década. O novo plano estipula as orientações que vão valer de 2024 a 2034. A maior resistência ao texto provém de frentes parlamentares motivadas por políticas ultraconservadoras e do movimento Escola Sem Partido, que desejam promover o agronegócio por meio da educação.
O debate não será fácil e demandará costuras do governo com a oposição. Entre as propostas progressistas e mais polêmicas aprovadas pela Conferência Nacional de Educação (Conae), estão:
· Desmilitarização
de escolas;
· Criminalização
do ensino domiciliar (homeschooling);
· Revogação da
Reforma do Ensino Médio e da BNCC (o governo federal deseja ampliar o tempo de
formação geral básica);
· Estabelecimento de padrões de qualidade para a educação a distância (Ead);
· A meta
de investir 10% do PIB em educação, o dobro do que se investe hoje (o gasto
brasileiro nos três níveis de governo Federal, Estadual e Municipal, fica em
torno de 5,4% do PIB);
· Se a
principal crítica (pertinente) ao governo Bolsonaro era justamente a
politização da educação, qual o sentido de insistir nos mesmos temas, apenas
com sinal trocado?
O novo PNE foi aprovado na Conae no dia 30/01. Camilo Santana pretende enviar o texto ao Legislativo até a primeira quinzena de abril, pois as diretrizes traçadas há 10 anos valem até junho de 2024. Porém, no caminho, duas pedras: resistência e tramitação lenta no Congresso. Além de já enfrentar dificuldades de votação do PL de mudança do Novo Ensino Médio (deixando para depois a mudança do perfil de prova no Enem: com duas etapas, uma comum para todos os candidatos e outra aprofundada em alguma área do conhecimento escolhida pelo aluno), agora parlamentares das bancadas ruralistas e evangélica articulam uma tramitação lenta de votação do novo texto do PNE até a sua prorrogação por mais 4 anos de prazo de vigência (evitando assim um período sem a legislação, como aconteceu entre 2010 e 2014).
Educação,
extras:
· Faltam ao MEC:
-
plano consistente;
-
habilidade política;
-
agenda capaz de fugir da polarização;
-
missão promissora;
-
estratégias da política educacional;
-
boas conduções da discussão;
-
saber lidar com as questões técnicas e os componentes ideológicos;
-
discussões são saudáveis, mas não quando paralisam decisões;
- mediar as necessidades urgentes da educação brasileira e as pressões da base sindical ligada ao PT.
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