Como a paixão afeta o corpo?
Como o seu cérebro processa o amor? Por que, mesmo quando amava, fui infiel? Por que o trabalho pessoal é tão importante para estar bem em um relacionamento? O que acontece em nossa biologia e psique? Quanto tempo dura a paixão? Quais são as causas psicológicas da traição e da quebra de pactos?
Seja a paixão, o amor ou a infidelidade, quando o assunto é afetos, luxúria e romantismo abalam o nosso corpo através de hormônios, reações cerebrais e muita psicologia.
Passamos pela euforia, pelo otimismo, pela idealização, pela ilusão e pelo desejo intenso, fruto de estar imerso em um mar de hormônios.
Vamos às conclusões científicas:
· O
cérebro apaixonado é um cérebro cheio de neurotransmissores da felicidade e do
prazer, um cérebro ofuscado, entusiasmado, quase cego. Vive-se em uma espécie
de ilusão e vê-se o outro como perfeito;
· A
paixão ocorre muito mais na fantasia que temos um do outro do que em razão do
outro em si. Sempre no início, quando estamos conhecendo a outra pessoa,
relacionamo-nos com a imagem mental que começamos a criar dela, mais do que com
quem o outro realmente é;
· Há 3
tipos de amor ou fases neurobiológicas pelas quais o cérebro passa ao se sentir
enamorado:
1. A
luxúria: é
o impulso sexual, o desejo de gratificação sexual. Responde à necessidade
biológica de reprodução e é caracterizada por ser regulada pela testosterona e pelo estrogênio.
2. A
paixão ou amor romântico: você se torna sexualmente possessivo, com o
propósito de unir duas pessoas com força suficiente para começar a criar bebês
em equipe. Essa fase aciona a liberação de dopamina,
o neurotransmissor que estimula os centros de prazer no cérebro. A dopamina
combinada com a norepinefrina pode nos fazer
sentir cheios de energia e euforia. Normalmente, a paixão dura de 2 a 2 anos e
meio. Depois disso, o encantamento diminui, e começamos a notar coisas que não
gostamos. As mesmas coisas que inicialmente fizeram nos apaixonar tendem a ser
rejeitadas (e essa rejeição, geralmente, fala de características e situações
muito semelhantes a sequências ou experiências que vivemos quando éramos
crianças em relação ao pai ou à mãe).
3. O
apego profundo a um parceiro: a sensação de calma e segurança que podemos sentir
com um parceiro a longo prazo, uma fase governada principalmente pela ocitocina. O amor muda com o tempo. Torna-se mais
profundo, mais tranquilo. Os casais não passam mais o dia todo conversando, nem
dançam até o amanhecer. A paixão desenfreada, o êxtase, o anseio, o pensamento
obsessivo, a energia intensificada: tudo se dissipa. Mas, se tivermos sorte,
essa magia se transforma em novos sentimentos de segurança, conforto, calma e
união com o parceiro.
· Somos capazes de amar mais de uma pessoa ao mesmo tempo. Por que muitos amores? Porque esses tipos de amor são ativados em diferentes áreas de nosso cérebro, que não estão necessariamente conectadas. Então você pode sentir um forte apego a um parceiro de longa data e sentir um intenso amor romântico por outra pessoa, enquanto sente desejo sexual por pessoas que não têm relação com esses outros parceiros. Isso acontece porque cada experiência é controlada por diferentes áreas do cérebro que não estão bem conectadas entre si;
· Diante desses desencontros é que entra a razão. Surge aí a necessidade de ter acordos claros dentro do relacionamento e respeitá-los;
· Traição: a infidelidade depende muito do caso em particular, é
difícil generalizar:
1. Autosabotagem: há
algo inconsciente em alguém que quer confirmar ou dar razões ao outro para
mostrar que ele não é suficiente, ou que ele não pode, ou que não vale a pena;
2. Paixão diminuída: o parceiro não nos chama mais atenção da mesma forma, e em vez de conversar, a pessoa vai buscar isso em outro lugar, talvez de uma maneira infantil. Quando não se tem as ferramentas adequadas para falar, a pessoa apenas segue o impulso;
3. Reflexos: alguém pode ter se sentido traído, provavelmente quando era
criança, e continuamente se protege da traição e, paradoxalmente, encontra como
forma de proteção, trair e quebrar o acordo;
4. Uma ocasião: a oportunidade de mostrar a um parceiro que algo precisa ser
visto;
5. Uma tendência: a pessoa basicamente sempre precisa do entusiasmo, da adrenalina, da ilusão.
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