Em Salvador, reeleição de Reis une base de Lula a PL.
Bruno Reis está
confiante na divisão da esquerda como principal ponto para beneficiá-lo. É que
seu oponente apoiado pelo PT, o Geraldo Júnior (MDB), não terá o apoio do PSOL
e PDT (Rede, PCB e UP). No PT da capital (o presidente do PT municipal é o Éder
Valadares), houve insatisfação da ala mais radical quanto à decisão de apoiar
um candidato ao centro e do MDB. Apesar de já pacificado, esse grupo defendia
que a sigla lançasse uma candidatura própria.
Principais adversários na disputa deste ano, Reis (era vice-prefeito) e Geraldo Júnior (era presidente da Câmara Municipal de Salvador) eram aliados de longa data na Bahia até romperem nas eleições de 2022. Até o final de 2021, Geraldo Júnior defendia o apoio de sua sigla à candidatura de ACM Neto ao governo do estado, grupo do qual desembarcou no ano seguinte para integrar a chapa de Jerônimo Rodrigues (PT), atual governador.
Hoje tido como o candidato do PT na capital baiana, o emedebista aposta no apoio de Lula. Aliados de Geraldo Júnior afirmam que a nacionalização ocorre naturalmente. Eles pretendem explorar a aproximação do adversário com o PL.
Salvador é um dos últimos redutos do carlismo na Bahia. Desde 2013 que a capital é comandada pelo grupo. A eventual eleição de Geraldo Júnior representaria uma vitória simbólica para o PT – Lula foi o candidato à Presidência mais votado na capital, com quase 2 milhões de votos.
Outros pontos:
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Aliança do prefeito, filiado ao União Brasil, tem partidos que dão sustentação
ao governo federal, como o PDT, junto com a sigla de Bolsonaro; ele reúne
outras siglas que dão sustentação ao governo federal (PDT e PL);
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Ele deve enfrentar o vice-governador Geraldo Júnior (MDB), que conta com o
apoio do PT; ele chegou a ser cotado a compor a chapa de Reis em 2020.
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PT aposta no MDB (Geraldo Júnior), um candidato de centro, e uma vice com
perfil mais à esquerda: Olívia (PCdoB) ou Fábia Reis (PT). Ele é o
pré-candidato do Lula, e receberá uma campanha como se fosse do PT.
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Bruno integra um partido da base do presidente Lula, ele aposta no antipetismo.
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correndo por fora, o PSOL deve lançar Kléber Rosa, derrotado nas eleições de
2022, na busca por votos de uma esquerda dividida.
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com popularidade alta, Reis, que foi vice de ACM Neto na prefeitura de
Salvador, tenta a recondução com o apoio de 9 legendas (entre elas, duas siglas
do primeiro escalão de Lula: o Republicanos, que ocupa a secretaria municipal
de Infraestrutura e Obras Públicas; e o PDT, que tenta manter Ana Paula Matos
no posto de vice).
- Bruno conseguiu trazer o PL para a sua aliança, pois o partido pretendia indicar o ex-ministro de Bolsonaro ao cargo: João Roma (uma questão de “movimento pragmático” contra o PT).
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Reis ainda tem em seu palanque quadros da federação: PSDB-Cidadania, PP, PRD
(Patriota + PTB) e DC.
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Na sua campanha, seu principal articulador e padrinho político e cabo eleitoral,
ACM Neto (secretário nacional do União Brasil). Ele tem ajudado muito na
condução até da gestão da cidade.
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