Vários indicadores estruturantes estão se recuperando e voltando ao patamar pré-pandemia. Porém, problemas persistem.
1. Crescimento das
matrículas em creches (4,1 milhões) e pré-escolas (de matrícula obrigatória),
os setores mais afetados pela pandemia. Mas, ainda é insuficiente. A meta do
PNE é de 50% de crianças de 0 a 3 em creches (o último dado, de 2022, indicava
37%), há muito a ser feito. Já o percentual de atendimento nas pré-escolas (4 e
5 anos) é maior (92% em 2022).
2. Nos ensinos
Fundamental e Médio, o impacto da Covid não pareceu tão significativo em termos
de matrículas. De aprovação foi muito bom, pois o Conselho Nacional de Educação
orientou para que as redes evitassem ao máximo repetir alunos, considerando,
acertadamente, que eles não tiveram as condições mínimas de aprendizagem no
contexto do fechamento das escolas. Assim, o comportamento das taxas de
aprovação na pandemia foi ótimo. Esses indicadores deram um salto positivo, mas
artificial.
3. No Fundamental,
seguiu sua trajetória de redução lenta ano a ano, causada sobretudo pela
redução dos nascimentos;
4. No Médio,
permanece estagnado, etapa hoje de maior evasão;
5. Em 2022, no entanto, praticamente voltamos aos patamares de reprovação e abandono anteriores à pandemia. A taxa de insucesso (reprovações + abandonos) foi de 4% no primeiro ciclo do fundamental, 8% no segundo ciclo e 13% no médio. Isso é muito preocupante, pois, apesar de serem muito melhores do que já foram no passado, são ainda indicadores que nos afastam do patamar de nações desenvolvidas;
Enfim, houve um
momento no debate público educacional em que a crítica às altas taxas de
repetência era entendida, equivocadamente, como uma defesa da aprovação a
qualquer custo. Nas duas últimas décadas, porém, várias redes de ensino
demonstraram que era possível conciliar redução significativa da reprovação e
do abandono com melhoria da aprendizagem. Esse é o caminho que não podemos
perder de vista.
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