“O que fará Camilo Santana, seguir com as políticas do governo Temer ou entrar para a história como o responsável por desconstruí-las?”.
A trilha para a excelência na educação envolve a implantação de iniciativas de longo prazo, que não mudem de curso ao sabor das trocas de governo.
Porém, enquanto o Brasil tenta discutir o seu PNE, que estabelecerá metas para a próxima década, o debate vem sendo atropelado pela ideologia, que em nada contribui para fazer girar a roda da boa educação.
Curiosamente, são quedas de braço de alas radicais do próprio PT que vêm emparedando Camilo Santana e se pondo contra o avanço de várias ideias que o ministro propõe, não só com o plano, mas também com medidas que miram algum avanço. A esquerda alega que a vontade dos trabalhadores e dos estudantes precisa ser melhor representada e respeitada naquilo que precisa aprender, com razão. Entre as contendas, estão:
· Revogação
da BNCC;
· Revogação do Novo Ensino Médio.
No outro extremo do espectro político, a direita reacionária, também há a agenda de filtro ideológico. As poderosas frentes parlamentares da agropecuária, evangélica e da segurança pública – o tripé do boi, da Bíblia e da bala – se articulam para garantir que o PNE contemple pontos caros à sua ideologia. Entre eles:
· Contemplar
o ensino domiciliar;
· Contemplar
as escolas cívico-militares;
· Barrar a educação sexual do currículo.
Nessas quedas de braço, destacam-se:
· Cedendo
aos apelos da base sindical do TP, Camilo apresentou um projeto de lei que
reduz a quase metade o tempo em sala de aula que seria destinado aos
itinerários formativos, em que o aluno elege as matérias que mais se amoldam a
seus interesses.
· Enquanto isso, a direita reagiu imediatamente, alegando que está justamente aí uma das razões de ser da reforma: igual para todos, a atual fórmula não dá espaço para um mergulho mais fundo no que verdadeiramente atrai cada um, resultando em uma grade maçante e ineficaz, distinta do que funciona em tantos países: “é sempre possível melhorá-lo, mas dessa forma causa enorme prejuízo aos alunos, que precisam estar engajados com a escola e mais conectados com as habilidades exigidas no mundo moderno”.
Enfim, são
vastas as evidências de que é urgente e necessário dar um salto no ensino
brasileiro. Há décadas o país figura no pelotão de trás do Pisa (a mais
abrangente avaliação internacional da qualidade, feita pela OCDE, o grupo das
nações desenvolvidas). Um batalhão de alunos que, aos 15 anos, não consegue
solucionar problemas triviais de matemática nem entende textos de baixa
complexidade. Hoje, cerca de 400 000 jovens abandonam todo ano a sala de aula.
Precisamos mudar essa realidade!!!
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