Casos de agressões ou ameaças a autoridades e cidadãos de bem dentro do regime democrático não podem ser encerrados sem indiciamentos. Além de ser um ultimato à liberdade individual, acaba por se tornar uma intimidação ao próprio regime coletivo.
Inquéritos para apurar hostilidades não podem terminar com um gemido, mas um estrondo. Porém, nem tudo deve ser desfecho de grande barulho. Desafetos geram incivilidades e muitos não querem perder a chance de explorar o caso. Entretanto, é preciso diferenciar a gravidade de um crime com um ato de menor potencial ofensivo. Até porque, o País vem dando sinais de fina sensibilidade, onde simples atitudes têm sido motivo de reação histérica. E, ao reagir, o poder da autoridade não pode ser de igual ou maior truculência.
Que tempos estranhos são esses em que o País vive? Nenhuma pessoa sozinha encarna toda a democracia, do mesmo modo que é questionável um clima de vale-tudo em defesa de princípios republicanos óbvios. Ninguém, nem as autoridades, estão liberadas a receber um cheque de privilégios e abusos para usar como bem entender em nome de aberrações jurídicas.
A realidade dos fatos vem sendo cancelada por uma retórica inflamada dos autoritários travestidos de paladinos da democracia. O Brasil estará muito longe da desejada pacificação social enquanto o discurso apolítico incendiário da direita prevalecer sobre a razão social, e ensejar o atropelo dos mais elementares pilares do Estado Democrático de Direito.
Enfim, quando a injustiça é praticada e aceita contra uns, a ameaça contra todos se apresenta viável. Qualquer atentado inaceitável à democracia que passar ileso é a democracia mesma que acabará saindo com um olho roxo. É por isso que Bolsonaro precisa ser preso, e todos os mentores da tentativa de golpe também!
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