Recapitulando a Política.
“Ele (Bolsonaro) não tinha governança;
quem governava era o Congresso” (Lula).
Bolsonaro:
· Na época, Bolsonaro
desistiu de influenciar as decisões do Congresso (nem se incomodou com a perda
do controle dele);
· Entregou ao
Centrão a negociação do Orçamento. Ampliou o uso de emendas como moeda de troca com o Legislativo;
· Abriu mão de um
poder que o Executivo já havia perdido, para manter uma base partidária fiel;
· Seu interesse:
formação de uma base militar e popular, por meio das redes sociais, que lhe
permitisse dar um autogolpe;
· Tinha a maioria
que impediria qualquer tentativa de impeachment;
· Os partidos da massa heterogênea de políticos lhe foram fiéis na campanha eleitoral.
Congresso Nacional:
· Em
ano eleitoral, o Congresso aprovou um valor recorde de R$ 53 bilhões de emendas
de comissão dos parlamentares, além de R$ 4,9 bilhões para fundo eleitoral (o
dobro da eleição de 2020);
· Esse
tipo de verba dá mais poder às cúpulas da Câmara e do Senado, que usam as
emendas para conquistar mais influência entre os parlamentares;
· O controle do Congresso é dos partidos do Centrão. Assim, as vitórias passam a ser dos congressistas e não do governo Lula.
Lula:
· Venceu
a eleição com a mais estreita margem de votos dos últimos anos;
· Herdou
um Congresso adverso;
· Tem
sido obrigado a engolir sapos de diversos tamanhos (derrubada de vetos e
derrotas em votações no Congresso);
· Não
tem força política para impor-se diante da maioria conservadora nas eleições,
já que a popularidade não se compara ao que já foi.
· Tem
realizado ações políticas que independem do Congresso, como decisões à esquerda
na política externa e a retomada da atuação do BNDES na política industrial;
· A
estratégia de Lula foi ceder espaço nas eleições municipais, com menos
candidatos próprios, e procurar uma convivência melhor com os partidos tidos
como aliados e ter mais segurança nas votações.
· O PT
não tem quadros suficientes para tentar fazer muitos prefeitos e vereadores nas
próximas eleições municipais;
· O PT
está desistindo de ter penetração nacional como partido e procura alianças com
mais força estadual.
· Mesmo
que essa grande aliança dê certo na maioria dos estados, e aliados vençam as
eleições, não será uma vitória do PT. Ele, em muitos casos, apenas pegará
carona.
· Ou seja,
a situação do PT está difícil e complicada como nunca. Do lado da direita,
existem forças políticas de oposição muito fortes.
· O PSD está se transformando numa espécie de PMDB de antigamente, com cobertura nacional, apoios diversificados e situação mais importante que o PT no plano nacional.
CONCLUSÃO PARCIAL:
A herança de Bolsonaro está viva no Congresso conservador e tem sugado a autonomia do governo Lula. O choque de forças tem feito coincidir muitos interesses genuínos do governo com a visão conservadora majoritária herdada na Casa. A exemplo, uma reforma tributária cheia de concessões. Isso enfraqueceu a força da popularidade de Lula para eleger prefeitos e vereadores e o PT tem menos condições de pautar as coisas no Congresso – precisa fazer acordos. Ou seja, o PT está com dificuldades em ser o grande partido nacional que já foi, situação que gostaria de manter, mas sozinho sem base será difícil. Com o controle do Congresso pelos partidos do Centrão, as vitórias passam a ser dos congressistas, e não do governo Lula. As votações têm mostrado a independência dos partidos aliados, que não têm compromisso com os valores petistas. Quando o PT controlava o Congresso por meio de emendas e negociações que muitas vezes eram negociatas, os partidos envolvidos não tinham poder político, seguiam o líder. Hoje, não precisam do líder para aprovar ou derrotar propostas e têm força para derrubar vetos quando bem lhes aprouver. Mas, há o brilho do protagonismo que vem quando o foco é cuidar de gente, investir no social e preocupar de verdade com o próximo.
Enfim, a política é dinâmica. Vamos apostar na estratégia de Lula! Vamos fazer a nossa parte para ajudar!!!
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