“Democracia é a pior forma de governo que existe, à exceção de todas as outras” (Winston Churchill).
Nós, brasileiros, somos capazes de feitos extraordinários quando nos unimos em torno de objetivos comuns. Três exemplos estão aí: 35 anos da volta das diretas para Presidente, 30 anos do Real e a tripla eleição vitoriosa de Lula.3, com seu espírito público e senso de união.
Qualidade de uma democracia vibrante, o povo é capaz de reconhecer que há questões de interesse nacional que se impõem às diferenças político-ideológicas que possa haver entre os cidadãos. Quais sejam: reativar direitos políticos elementares, recuperar o valor da nossa moeda, derrotar a inflação, varrer resquícios da ditadura militar, minimizar desigualdades, fortalecer a eleição de líderes políticos à altura dos desafios do nosso tempo, saber fazer negociações políticas, ter engajamento social, formar equipe altamente qualificada com credenciais técnicas e republicanas... E o nosso Lula, capaz de nos dar a dimensão do desafio a ser enfrentado e dos sacrifícios que precisam ser feitos em nome do alcance de um objetivo coletivo: acabar com a fome e minimizar as desigualdades sociais, varrer o bolsonarismo e fortalecer a democracia pela educação e pelo combate à violência.
Sim, é pela educação e vida ativa democrática que os cidadãos podem deixar de ser seduzidos pelo discurso fascista e largar agrupamentos em identidades políticas estreitas e inflexíveis. Vencer esse contexto das redes sociais rasas em que crenças particulares insistem em se sobrepor à verdade factual.
Hoje, há ameaças, tensões, conflitos ou guerras em praticamente todas as regiões do planeta, causando mortes, destruição e disrupções nas cadeias produtivas. Isso expõe a insistência dos governantes em adotar políticas contrárias aos interesses de seus próprios países, se deixando pautar por egoísmos e equívocos, trocando a serenidade da reflexão pela precipitação. Aliás, na maioria das vezes, a banalidade dos interesses políticos imediatos ou pessoais foi a causa de guerras que marcaram a história da humanidade. Interesses sobrepõem-se à defesa de valores fundamentais.
Os conflitos armados em andamento chamam nossa consciência (Rússia-Ucrânia; Israel-Hamas; e outros tensos como EUA-China; Venezuela-Guiana). Será que não aprendemos nada com as duas grandes guerras, com a guerra fria, com a polarização? Quando vamos entender que atitudes, pequenas ou grandes, atingem a todos? Até quando aceitaremos soberanos buscando mais soberania, por meio de conflitos armados? A premissa de que “a paz é uma concessão do mais forte” prevalecerá?
O atual panorama global resgata o termo “efeito borboleta”, oriundo da teoria do caos: pequenas mudanças de uma sistema local podem gerar consequências significativas e em larga escala em lugares distantes; e também ruins, pois crises econômicas em uma região podem repercutir em todo o mundo, afetando mercados globais e empregos. Com a globalização, esse “efeito” ganhou maior estrutura. Com a internet, musculatura e voz. Decisões políticas em um país podem desencadear reações em cadeia em termos de relações internacionais, comércio global e estabilidade econômica.
Tudo isso lembra que a vida é resultado de causa e efeito. Fruto de escolhas
boas ou más; sábias ou insanas. Prestemos atenção no bater das nossas asas. Por
palavras, ações ou omissões, somos nossos efeitos. Daí que o senso de
responsabilidade precisa predominar e evitar o mal maior. Precisamos lutar incansavelmente
e permanentemente pelos princípios democráticos e da diplomacia por meio
pacíficos. Uma jornada que homens de bem têm de fazer juntos.
Neste mundo complexo, a solução política pela guerra é insustentável. Provoca ódio e radicalismo extremos. Transforma corações e mentes. Além de ser cara em vidas, é danosa em termos econômicos, com sequelas que se perpetuam por gerações. As nações precisam ser conduzidas com coerência e respeito a princípios e valores, como liberdade e democracia, ambas a exigir vigilância e exercício contínuos. O posicionamento contra invasões territoriais e terrorismo tem de ser claro, firme e inegociável. Compadrios e objetivos políticos circunstanciais não podem prevalecer.
Apesar de vivermos na era da informação, é preocupante o
nível de distração e comodismo das pessoas. Em alguns países, a maioria dos
cidadãos parece pouco preocupada. São pessoas que estão voltadas para si, caso
característico de norte-americanos e brasileiros. Só reagem mediante as
consequências, como aumento do custo de vida e desemprego. O autoritarismo, que
depende da alimentação constante de seus agentes e subjugação perene de boa
parte da população, não é sustentável.
Avesso aos
conflitos e com uma política externa historicamente pacifista e em prol da concórdia, o Brasil tem
reafirmado sua aposta na paz. Esse é o único modelo de convivência capaz de
proporcionar condições de desenvolvimento para todos os povos.
Enfim, já que a
sociedade brasileira é capaz de feitos extraordinários quando decide se unir em
torno de propósitos comuns, fiquemos juntos para afastar a extrema direita do
país.
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