Caminhamos na direção de 3 megatendências –as transições energéticas, demográficas e tecnológicas.
O Banco Mundial sugere um contrato social que combine as demandas entre esquerda e direita. Na esquerda, a demanda típica por inclusão e cidadania; na direita, a exigência por produtividade. O futuro necessário: crescimento sustentável.
Para ativar esse círculo virtuoso de inclusão, produtividade (cidadania) e sustentabilidade, o País precisa corrigir distorções históricas – refletidas nos “muitos Brasis” – que determinaram a distribuição desigual de ativos e a disfuncionalidade das instituições que governam seu uso. Ao mesmo tempo, precisará transformar megatendências – como as transições energéticas, demográficas e tecnológicas – em oportunidades.
Essa construção de um novo contrato social perpassa por três focos:
1.
Ampliar a confiança
na capacidade do Estado de entregar suas promessas (através de mecanismos de governança que melhorem a
responsabilização e transparência);
2.
Ampliar a confiança
das pessoas na capacidade do Estado de mantê-las seguras (reduzindo fatores de risco sociais e individuais da
violência e implementando intervenções que viabilizem a resolução pacífica de
conflitos);
3. Reduzir a fragmentação social (diminuindo a disseminação de desinformação e promovendo reformas que construam confiança, cidadania e inclusão).
Diante disso, 6 áreas críticas
merecem reforma:
1.
Ampliar a produtividade no setor privado para promover o
crescimento sustentável;
2.
Preparar a educação para fechar lacunas entre habilidades e
empregos;
3.
Fortalecer a relevância e sustentabilidade dos sistemas de
proteção social;
4.
Remodelar uma política fiscal limitada;
5.
Melhorar o acesso à infraestrutura;
6. Construir um sistema tributário mais equitativo e eficaz.
Os 200 anos de Brasil independente tem muito que de celebrar e lamentar.
Celebrar:
·
A
restauração da democracia, em 1988;
·
Mercados
mais abertos e inclusivos;
·
Plano
Real que estabilizou a macroeconomia;
·
Brasil
economia de renda média alta entre as 10 maiores do mundo;
· Ampliação da igualdade e da proteção social;
Lamentar:
·
Ainda
assim, o Brasil é só 11% tão rico quanto os EUA, por exemplo;
·
Enfrentou
uma recessão que enfraqueceu o mercado de trabalho;
· Aumentou a pobreza, a desigualdade e dívida pública;
A depender do sucesso ou fracasso dessas medidas, o Brasil está sujeito a 4 cenários:
1.
“A Distopia Brasileira”: perpetuaria o círculo vicioso de baixa
produtividade, baixa inclusão e degradação ambiental. Por falta de reformas, os
serviços desiguais e o desemprego alto estimulariam convulsões sociais, incentivando
políticas populistas e clientelistas;
2.
“A Estagnação Unida”: seria o progresso somente na inclusão. Mas o foco
na redistribuição seria insuficiente para o crescimento do País em um mundo
altamente tecnológico e produtivo;
3.
“A Grande Divisão”: seria o progresso só na produtividade. As elites
enriqueceriam, mas os pobres seguiriam na vala comum do desespero, onde cairiam
porções crescentes das classes médias. As tensões sociais e tentações
autoritárias cresceriam, prejudicando o potencial para o comércio global e
investimentos;
4. “A Usina de Energia Latino-Americana”: o País proveria acesso igual à infraestrutura e mercados de crédito. As divisões sociais diminuiriam, fundando os alicerces para reformas ambiciosas. Com um contrato social forte e o crescimento inclusivo da produtividade, os benefícios das mudanças tecnológicas e de uma melhor educação seriam sentidos por todos. O Brasil manteria sua diversidade – social, econômica e política –, mas os muitos Brasis se aproximariam e progrediriam juntos.
Enfim, o futuro do Brasil é incerto, mas as megatendências globais podem ser transformadas em oportunidades e está nas mãos dos brasileiros aproveitá-las para construir uma Nação mais produtiva, inclusiva e sustentável.
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