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"Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber" (Art. 205 da Constituição de 1988).

Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

terça-feira, 26 de dezembro de 2023

A mente moralista.

 

“A razão é escrava das paixões” (David Hume). 

Somos tentados por um viés de confirmação para satisfazer nossa exibição moral.

A mente moralista não costuma ceder espaço para um pensamento exploratório.

Nossa natureza está diretamente relacionada ao senso de superioridade moral e propensa ao julgamento. Todo mundo (menos você) é hipócrita. Eis porque a compreensão humana é um milagre e nossa eterna segregação e conflitos uma maldição.

Somos de fato hipócritas egoístas tão habilidosos em encenar a virtude que enganamos a nós mesmos. O moralismo nos segrega, limita nossos potenciais e dificulta a compreensão de nós e do outro. Ficamos cegos para os mundos morais alternativos quando encontramos pessoas ou grupos que compartilham de nossas narrativas.

Os julgamentos morais não surgem da razão, mas das emoções. Isso explica o colapso da cooperação entre diferentes inclinações políticas. Logo, só uma mente moralista superada é capaz de abrir mão da raiva e tomar o caminho da compreensão. Afinal, compreender como a moralidade pode variar nas mais diversas situações é um dos primeiros passos para entender sua mente moralista.

A racionalização não costuma buscar a verdade, mas sim razões para endossar nossas paixões. É por isso que temos uma reação emocional toda vez que há uma contestação de nossos costumes ou crenças. Logo, a razão está jogada nos bastidores da mente humana. A maior parte da ação na psicologia moral vem de processos automáticos derivados de nossas reações emocionais. Nesse contexto, o desejo e a razão nos colocam em diversos conflitos.

A aparência e a reputação são mais importantes para as pessoas do que a realidade. Costumamos fazer as coisas mais populares, não as certas. Damos muita importância para a opinião pública e para os julgamentos dos outros. A sobrevivência dos nossos ancestrais parece ter sido derivada mais da reputação do que da verdade. Somos muito convencidos da própria virtude e criamos uma série de justificativas, muitas vezes infundadas, para endossar nossas crenças. Para isso, os truques mais sujos de retórica costumam ser usados. Como bons argumentadores, estamos em busca dos melhores argumentos que fortaleçam nossos pontos de vistas. Procurar evidências que não sustentem nossa visão de mundo é uma tarefa árdua.

Eis a tendência da mente humana (moralista): o viés de confirmação representa a procura de novas evidências para confirmar aquilo que já se pensa. O autointeresse, a identidade social e as emoções são poderosos fatores que nos afastam de um pensamento exploratório e nos levam para um confirmatório. Eles nos induzem a chegar a uma conclusão predeterminada.

Enfim, cientes disso, por mais brilhante que sejamos, devemos ser cautelosos com a capacidade de raciocínio de qualquer indivíduo. Mesmo nas universidades, o viés de confirmação e a exibição moral fez com que muitos cientistas perdessem os valores da ciência.

NOTA: as críticas, sugestões e apoios são importantes para o desenvolvimento do trabalho.

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