O xadrez político...
Já pensou um Senado majoritariamente de direita e com tendências anti-STF? Em 2026, dos 54 senadores que terão os mandatos encerrados, 18 são da oposição (sendo 9 da tropa do ex-presidente) e 36 da base – é justamente nessa fatia maior que o bolsonarismo está de olho. O PL e o PP já trabalham com nomes para ocupar esse espaço, casos da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, de governadores próximos ao ex-presidente, como o do Amazonas, Wilson Lima (União Brasil), e de ex-ministros, a exemplo de João Roma (PL), na Bahia.
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O foco no Senado tem uma razão estratégicas. Com a proximidade cada
vez maior entre o Planalto e a cúpula da Câmara, é na Casa vizinha que a
oposição tem encontrado mais espaço para suas pautas, como a limitação de
poderes de ministros do STF, tema que tem avançado. Também é o Senado que
recebe pedidos de impeachment de ministros da Corte, agenda que o presidente da
Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), tem travado. A interlocutores do Supremo, ele
já fez alertas sobre a possibilidade de o bolsonarismo ampliar ainda mais o
espaço na casa.
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Bolsonaro mira Senado para desgastar Lula, mantém 24 nomes fiéis na
Casa e tenta aumentar bancada, mantendo o capital político da oposição;
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Após ganhar um cargo no PL Mulher, Michelle tem percorrido o país
em eventos nos quais defende uma maior participação feminina na política.
Internamente, ela tem sido apontada como uma das principais apostas do partido;
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A médio prazo, o plano inclui a formação de um bloco contra pautas
do Palácio do Planalto e uma ofensiva em busca de maioria na Casa nas próximas
eleições, quando 66% das cadeiras serão renovadas (54 de 81). Por exemplo, ele
reunião uma tropa do PL e determinou uma operação para derrubar a Reforma Tributária
(não teve êxito, porque o texto foi aprovado, mas por margem estreita, apenas 4
votos acima do necessário);
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Por exemplo, oposicionistas em um plenário rejeitou pela primeira
vez uma indicação de Lula para a Defensoria Pública da União (DPU), em um
recado claro para o presidente;
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Assim, a oposição traça plano por espaço. Por exemplo, Michelle
deve ser candidata ao Senado pelo PL em 2026;
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Há um “núcleo duro” alinhado
a Bolsonaro, com 24 senadores (este grupo votou contra Lula em ao menos 4
projetos). Há neste bloco as bancadas completas de PP (6) e Republicanos (4),
partidos que foram contemplados na reforma ministerial de Lula, mas demonstram
aproximação com o Executivo apenas na Câmara;
· O presidente da sigla do PL (Valdemar Costa Neto), mais o ex-ministro Walter Braga Netto, mais Bolsonaro (ambos com inelegibilidade determinada pelo TSE) têm se reunido para traçar cenários e buscar mais nomes com potencial para almejar a conquista de ao menos uma vaga para a direita em cada estado (RJ, reeleição de Flávio Bolsonaro; Damares Alves e Bia Kicis no DF).
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