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São Francisco do Conde, Bahia, Brazil
Professor, (psico)pedagogo, coordenador pedagógico escolar e Especialista em Educação.
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"Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber" (Art. 205 da Constituição de 1988).

Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

domingo, 12 de novembro de 2023

Fogo Amigo.

 Quando a esquerda é mais adversária do que a oposição.

Você que é professor/a sabe muito bem da distância que muitas vezes há entre aqueles que dão lindas palestras sobre educação e a realidade da sala de aula que você assume. Nesse aspecto, uma coisa é a teoria, outra, a prática. Isso também vale para a política.

Vô Lula tem uma base formada por 14 partidos, mas isso não significa fidelidade total. Deputados do PSOL (Sâmia, SP; Boulos, SP e Tarcísio RJ), por exemplo, têm jogado contra o governo pela inexperiência de achar que estar no poder é suficiente para garantir a taxação de super-ricos e controlar o arcabouço fiscal – e ainda manter-se no poder.

Aliás, em 2003, por discordarem da Reforma Previdenciária no primeiro mandato de Lula, Luciana Gerno, Heloísa Helena, Babá e João Fontes deixaram a sigla para dar início ao Partido Socialismo e Liberdade (o PSOL). Achou ruim, depois veio o governo Michel Temer e Bolsonaro, e vejam só no que deu!?

Quando vô Lula fez jogo com o Centrão para aprovar na Câmara o projeto que prevê a taxação dos "super-ricos" (aquele que resultou na demissão do presidente da Caixa para acomodar o aliado do presidente da Câmara), as “traições” da base foram imediatas! Entre os partidos que integram a base de Lula, 29 deputados se opuseram a proposta, enquanto 38 se abstiveram. Por irônico que pareça, já na oposição, o cenário se inverteu: 38 parlamentares votaram com o governo, enquanto 18 se abstiveram na proposta que atende os interesses do presidente. Na maior bancada da Casa, a do inelegível (o PL soma 29% de adesão à pauta governista), 12 deputados se manifestaram a favor.

Mas, não acredite que a oposição esteja com vô Lula. Ainda assim, PP, MDB, União Brasil, Republicanos e PSD – que, juntos, somam 9 ministérios – têm 23 deputados que votaram contra o governo em 75% das ocasiões. 

Na esquerda, a afinidade parece se restringir ao campo ideológico, mas se distancia das agendas reais. Na direita, há muitos nomes que se distanciam do núcleo duro bolsonarista e que, sim, votam com o governo em determinadas ocasiões. Negociação e muito jogo! Pensar política é uma coisa, fazer política é quase outra. Há muitos interesses em jogo e a realidade neoliberal também pesa muito.

“A base do governo é enorme, e uma parte está rachada; alguns apoiando Lula e outros não. Mas nem todo mundo está com Bolsonaro ou Lula. Tem aqueles que, dependendo da pauta, do que está sendo negociado por trás, vão com um dos lados. A articulação tem sido suada, difícil, mas o governo tem conseguido aprovar suas pautas”. 

Pelo menos até aqui já deu para compreender que "Fogo Amigo" é uma expressão eufêmica utilizada politicamente no que tange os aspectos de ataques "aliado a aliado", ou "inimigo a inimigo"

Vejamos algumas porcentagens gerais: 

·       82% - Percentual de fidelidade do PSDB nas pautas econômicas. Reconhecidos opositores, os tucanos entregaram mais nas votações do que psolistas.

·       O PL de Jair Bolsonaro soma 29% de adesão à pauta governista.

·       PP, MDB, União Brasil, Republicanos e PSD – que, juntos, somam 9 ministérios – têm 23 deputados que votaram contra o governo em 75% das ocasiões.

·       Apenas o Novo, com 3 deputados, posiciona-se completamente avesso à gestão Lula.

·       Cidadania, Patriota, PL, Podemos, PSC e PSDB é de 75%. 

Enfim, no campo das negociações reais, nem sempre as agendas fecham com as ideias que temos. Às vezes, nem é Lula que é pessimista. A realidade, a telinha e seus membros é que são péssimos mesmo!

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