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"Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber" (Art. 205 da Constituição de 1988).

Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

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terça-feira, 7 de novembro de 2023

Como usar e como não usar especialistas?

 

A tarefa de um organizador, alguém que não fosse um educador, é conseguir alcançar uma meta da melhor forma possível e ponto. Busca e quer saber o melhor meio de lidar com aquela situação. A tarefa de um organizador não é educar as pessoas como consideração prioritária. Sua tarefa é realizar uma meta limitada e específica (e não que isso não seja maravilhoso ou que não tenha valor). Apenas que há uma diferença entre organizar e educar.

Do ponto de vista progressista, um educador não deve nunca se tornar um especialista. Já um organizador, muitas vezes, descobre que essa é sua maior vantagem, ser um especialista. Educador: “Minha especialidade é saber não ser um especialista, perito ou um líder carismático”. Ou seja, um professor de verdade não quer que um especialista lhes diga o que fazer. Ele quer que o especialista lhes diga os fatos e deixe que eles decidam o que fazer. Há uma grande diferença em dar informação e em dizer às pessoas como usar essa informação.

Não tenho problemas em usar a informação que os especialistas oferecem, desde que eles não digam “isso é o que vocês têm que fazer”. Eles não têm o direito de tirar o poder das pessoas de tomarem decisões. O limite do especialista é o ponto em que ele não diz às pessoas o que fazer. O problema é que até hoje são muito poucos os especialistas que sabem onde é o limite. Isso significa que quem é dependente de um especialista irá chamar outro e mais outro especialista quando precisar de ajuda. Isso é perda de poder. Isso é submissão.

Talvez, como resultado disso, possa haver um sucesso da organização, mas não há transmissão de poder para as pessoas, nenhum aprendizado. Você não tem o direito de antecipar nada porque isso tira a dinâmica de aprender a lidar com os problemas e o sentido de responsabilidade. A gente aprende fazendo aquilo que deve fazer e não há nenhuma transmissão de poder que possa resultar disso.

Quem educa não ensina a passar os seus problemas para um especialista. Isso não é educar, é fazer terapia. Quem educa ensina a trabalhar a informação em sua própria mente para ser capaz de usá-la quando precisar. Quem educa ensina a lidar com seus problemas, encará-los, enfrentá-los e resolvê-los. Se você lhes nega o direito de fazer que essa informação seja sua, a informação não poderá nunca ser parte de sua experiência, de sua experiência de aprender, nunca será sua realmente.

Enfim, se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados.

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