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Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

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sábado, 25 de novembro de 2023

A cartilha populista.

Nem precisa ser brilhante, apenas populista?

Trump, Milei e Bolsonaro – e o populismo da extrema-direita.

Após a seleção de uma ideologia hospedeira, as táticas dos candidatos populistas passam a ser as mesmas:

(1) escolher um alvo e culpá-lo pelos problemas do país;

(2) propor soluções que ignorem qualquer tipo de pluralidade de ideias na sociedade;

(3) apresentar-se como a única alternativa legítima para trazer o poder de volta para o povo e fazer sua vontade geral.

Argentina, Milei:

·       Campanha baseada na crítica do establishment político;

·       Inovou ao defender um discurso inspirado no dito anarcocapitalismo, une o capitalismo em oposição ao “comunismo” dos adversários, ao anarquismo, que se opunha à própria classe política dominante e refletia o discurso antissistema (“Viva la libertad, carajo!”).

·       A cartilha política usada foi igual a outras ao redor do mundo: a ideologia flexível do populismo. Pode tomar diferentes formas a depender da figura que o invoca e de onde ocorre.

·       Milei fez o que fizeram (e fazem) os populistas: ele escolheu um alvo (no caso a classe política do país), propôs soluções audaciosas (que dificilmente conseguirão ser implementadas), e projetou-se como único capaz de enxergar a verdadeira situação do país e implementar soluções.

·       Ele teve a habilidade de enxergar, na atual situação da Argentina, um terreno fértil para o populismo (conseguiu explorar a desconfiança e o desalinhamento dos argentinos em relação aos políticos tradicionais e ao fato de a população se sentir impossibilitada de opinar sobre assuntos que são de seu interesse).

·       Ao evocar o aumento da desigualdade e da pobreza, que atinge mais de 40% da população, Milei muito habilidosamente colocou o dedo na ferida dos argentinos e tirou vantagem do sentimento de privação relativa, da perda de esperança num futuro melhor, algo que favorece o surgimento de figuras messiânicas (made in Brazil), principalmente em sociedades impactadas por traumas coletivos – e enfrentar uma inflação de mais de 140% ao ano é um trauma coletivo.

·       A fórmula é: privação + desesperança = religião.

·       Javier Mieli em nada revolucionou, apenas adaptou estratégias já existentes à dura e desafiadora realidade argentina. Milei não foi brilhante, apenas populista. 

·       Do cabelo ao casaco de couro, Milei usou imagem como trunfo: reforçou com seu visual a aura de político antissistema.

·       O governo Lula espera manter relação pragmática com Javier Milei em vários temas, como o Mercosul e o acordo com a União Europeia.

·       Sindicatos e estatais articulam ‘plano de luta’ na Argentina. 


EUA, Trump:

·       Ao realizar uma campanha cujo lema consistia em “tornar a América grandiosa novamente”, Trump escolheu o nacionalismo como ideologia hospedeira. 


Brasil, Bolsonaro:

·       Apelou para uma espécie de nacionalismo cristão que prometia defender o país acima de tudo e Deus acima de todos.

·       Explorou um clichê de populistas latino-americanos: a luta contra a corrupção. Foi o que ele fez em 2018, pegando carona na Operação Lava-Jato, valendo-se da crescente percepção de corrupção no país.

·       A simbologia rumo à violência real também é fértil – que tal apresentar sua motosserra como arma para combater a tal imoralidade na política?

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