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São Francisco do Conde, Bahia, Brazil
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"Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber" (Art. 205 da Constituição de 1988).

Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

sábado, 25 de novembro de 2023

A beleza e a verdade.

 

“Por quem morreste?” / “Pela beleza” / “Pois/Eu, foi pela verdade. Ambas são o mesmo. / Somos irmãos, os dois”.

Concurso de miss não tem mais validade. Era o tempo em que padrões estéticos se baseavam em dogmas.

Havia ali uma “receita de mulher”: ser jovem (não se confiava em miss com mais de 28 anos); nem alta nem baixa (1,70m estava de ótimo tamanho); magra (a gordofobia ainda não tinha sido inventada). Curvas, sim, mas devagar (os famosos 90cm de busto, 60cm de cintura e 90cm de quadril, nem uma polegada a mais – que dirá duas). Solteira (virgem seria pedir muito) e, de preferência, branca e ocidental.

Foi o tempo (mas ainda há tempo)! Saem de cena as princesas e entram as protagonistas que protestam, se afirmam, se engajam. O feminismo criou caso com os concursos – pela objetificação do corpo feminino, pelo tratamento. Não é simples questão estética nem fofoca de capa de revista. É significativo que regimes opressores não apenas se empenham em calar as mulheres, mas imponham véus e burcas para cassar sua beleza.

“A beleza salvará o mundo”, profetizou Dostoiévski. Ele também não falava das misses. Mas, quando cabelos soltos desafiam a teocracia dos aiatolás e uma beldade vira símbolo contra a tirania sandinista, é reconfortante imaginar que essas duas irmãs, verdade e beleza – literal ou metaforicamente – possam mesmo nos salvar.

Enfim, a questão da beleza pode ser um bom ato de resistência ao horror da guerra. E se ela for colocada no todo, ao invés das partes, melhor ainda! Afinal, uma das verdades da beleza é que ela está no conjunto.

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