Seguindo a tradição, é o Brasil que faz o discurso de abertura no palco mais importante da Diplomacia Mundial. A voz de Lula representará o Sul Global ou os países menos desenvolvidos. A maioria deles implora o fim da guerra na Ucrânia para desfazer a escassez mundial de alimentos.
Temas centrais: a luta contra as mudanças climáticas, a guerra na Ucrânia e a necessidade de apoio aos países do chamado Sul global, entre outras questões urgentes que afetam o mundo todo (e não apenas uma parte dele), especialmente os países mais pobres que são a maioria. O efeito das mudanças climáticas (que tem atingido justamente os mais pobres); a pobreza e a fome (que estão aumentando); a insuficiência do Banco Mundial e do FMI (diante do enorme endividamento dos países menos desenvolvidos); a falta de representatividade (inclusive da própria ONU, onde é urgente a reforma e ampliação do Conselho de Segurança).
Pela 8ª vez vô Lula vai cobrar dos países ricos assumir mais responsabilidades no combate à fome e a desigualdade social (pauta importante na política externa e doméstica), e que ajudem os emergentes no processo de transição energética (Lula se coloca como líder dos Emergentes). Defenderá que o mundo precisa de paz e cooperação, em vez de conflitos. E também haver mais equilíbrio entres os países desenvolvidos e os em desenvolvimento. E defender uma Reforma no Conselho de Segurança da ONU (assim como a reforma do Banco Mundial e do FMI). Também o combate das mudanças climáticas (prioridade do Governo). Apresenta o Brasil como exemplo na transição para a energia limpa. Os países ricos precisam cumprir sua agenda de compromissos, já que possuem uma maior dívida para o Aquecimento Global.
Alguns dos principais pontos do discurso de Lula:
·
Confiança
na capacidade humana de vencer desafios e evoluir para formas superiores de
convivência. Mantenho minha inabalável confiança na humanidade.
·
Defendeu
o multilateralismo na relação entre as nações.
·
Quando
as instituições reproduzem as desigualdades elas fazem parte do problema e não
da solução.
·
No
ano passado, o FMI disponibilizou US$ 168 bilhões em direitos especiais de
saque para países europeus, e apenas US$ 34 bilhões para países africanos. Essa
representação é inaceitável!
·
O
Neoliberalismo agravou a desigualdade econômica e política que hoje assola as
democracias. Seu legado é uma massa de deserdados e excluídos. Em meio aos seus
escombros, surgem aventureiros de extrema direita, que lesam a política e
vendem soluções tão fáceis quanto equivocadas.
·
A
fome atinge hoje 735 milhões de seres humanos, que dormirão sem saber se terá o
que comer amanhã.
·
Os
10 mais ricos possuem mais que os 40% mais pobres.
·
Os
10% mais ricos da população mundial são responsáveis por quase metade do
carbono lançado na atmosfera.
·
Nossa
luta é contra a desinformação e os crimes cibernéticos.
·
Aplicativos
e plataformas não devem abolir as leis trabalhistas pelas quais tanto lutamos.
·
Resolver
as desigualdades dentro dos países requer incluir os pobres dentro do orçamento
nacional e fazer os ricos pagarem impostos proporcionais ao seu patrimônio.
·
Os
conflitos armados são uma afronta à racionalidade humana.
·
Investe-se
muito em armamentos e pouco em desenvolvimento. No ano passado, os gastos
militares somaram mais de US$ 2,224 trilhões. As despesas com armas nucleares
chegaram a US$ 83 bilhões. Valor 20 vezes superior ao orçamento regular da ONU.
Infelizmente, muitos líderes, em vez de participar desse debate urgente, decidiram por se esquivar. Entre os ausentes estão: Putin (Rússia), Chi Ji Ping (China), Macron (França), Sunak (Reino Unido), Mode (Índia), Lope Obrador (México)...
Enfim, paz na Ucrânia, justiça
climática e uma ordem mundial menos injusta.
Outros destaques:
·
É a reforma ou a ruptura. Um mundo em desequilíbrio. Os desafios
globais são cada vez maiores. As tensões geopolíticas estão aumentando. E tudo
que parece é que somos incapazes de nos unir para responder. Há urgência
climática, tecnologias desruptivas (IA)... Precisamos ter reformas nas
instituições multilaterais, como o Conselho de Segurança. Existem muitos
interesses e agendas em jogo, mas a alternativa “reforma” não é o status quo.
Ela é uma maior fragmentação. É a reforma ou a ruptura.
·
Progressos do passado. Retirada de pessoas da pobreza extrema.
O combate de doenças, como malária, tuberculose e AIDS. Defendeu a ampliação de
segurança da ONU, aliado ao secretário-geral e ao presidente Lula. Precisamos
de mais vozes e perspectivas sobre a mesa. É importante fortalecer alianças com
países dos 5 continentes. Defendeu competitividade com a 2ª maior economia do
mundo (a China), mas de maneira responsável (para que não resulte em conflito).
Uma Assembleia feita promovida pela paz está assombrada pela guerra. EUA e
aliados vão continuar apoiando os ucranianos.
· A Rússia está usando a fome como arma de guerra? Há sequestro de crianças que estão sendo levadas para a Rússia e ensinadas a odiar a Ucrânia (laços familiares rompidos, exemplo claro de genocídio). Os crimes de guerra precisam ser punidos. A Rússia tem que voltar a seu território, e os países precisam se unir para que isso aconteça.
Nenhum comentário:
Postar um comentário