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São Francisco do Conde, Bahia, Brazil
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Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

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sábado, 2 de setembro de 2023

A cultura da violência no Brasil.

 

A cultura da violência ajudou a criar e a consolidar a sociedade que temos. Assim, ela está mais viva do que nunca. E não só a agressividade natural básica, aquela da luta pela sobrevivência das espécies, mas a violência social personalizada, aquela da luta por privilégios.

Sabemos ser esta uma prática comum no Brasil desde o dia em que o invasor europeu aqui pôs os seus pés. Foi matando e expulsando os nativos que o invasor se apropriou das terras e dos bens da terra. Em outras palavras, foi pela espoliação da terra e dos bens da terra – por meio da violência –, que o latifúndio nasceu, cresceu e se consolidou. E se consolidou de tal forma que hoje é responsável por uma das maiores concentrações fundiárias do planeta – dizem os números – em detrimento de uma leva cada vez maior de trabalhadores e trabalhadoras sem acesso a um pedaço de terra.

Vejam os tristes exemplos de Margarida e Mãe Bernadete:

Margarida Alves (morta em 1983) e Mãe Bernadete (morta agora em agosto de 2023), ambas mulheres e nordestinas, separadas por 40 anos. As duas militantes da causa social. Margarida, na frente do filho e do marido; Bernadete, na frente dos netos, enquanto cuidava deles. Margarida, presidenta do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande (PB) e líder da luta pelos direitos trabalhistas dos cortadores de cana no Brejo paraibano; Mãe Bernadete, coordenadora nacional de articulação dos quilombolas e líder do Quilombo Pitanga, na Bahia, onde militava em defesa do seu povo e do seu território. Assassinadas violentamente pela mesma causa (a luta pelo direito à terra com justiça e dignidade) e motivação (a mando da truculência dos poderosos).

E se hoje assistimos a episódios como o de Margarida Alves e de Mãe Bernadete (sem falar de outros tantos Brasil afora), é porque a cultura da violência que ajudou a criar e consolidar tal estado de coisas continua mais viva do que nunca.

Enfim, é inadmissível que ainda hoje se recorra à violência como mecanismo de defesa de determinados privilégios. Os que persistem nessa prática, além de criminosos, são podres e covardes. E precisam ser julgados e punidos com todos os rigores da lei.

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