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Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

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segunda-feira, 7 de agosto de 2023

Todas as Amazônias.

 

Os Diálogos Amazônicos (4 e 6) e a Cúpula da Amazônia (8 e 9) acontecerão entre 04 e 09 de agosto/2023, em Belém, Pará. Os países amazônicos (Brasil, Colômbia, Bolívia, Equador, Peru, Venezuela, Suriname e Guiana), mais os países convidados, reforçando a concertação entre esses países da região que precisam assumir um novo olhar sobre a Amazônia, com compromissos claros e concretos capazes de:

1.     Superar a concentração de renda e pobreza;

2.     Conviver com a biodiversidade;

3.     Respeitar os direitos humanos e;

4.     Considerar os muitos modos de vida e culturas que compõem a Amazônia.

O objetivo dos Diálogos é promover plenárias organizadas pelo Governo Federal e de atividades auto-organizadas pela sociedade civil, instituições científicas e agências governamentais, resultando em cartas a serem apresentadas por representantes da sociedade civil aos líderes dos países amazônicos na abertura da Cúpula.

O objetivo da Cúpula é construir uma posição conjunta da PanAmazônia que será levada no final do ano à Conferência do Clima das Nações Unidas de 2023, a COP 28, em Dubai. Além do mais, inicia uma caminhada coletiva e plural rumo à COP 30, em 2025, quando governos de várias partes do mundo poderão dialogar sobre os caminhos da Amazônia, na Amazônia.

O acontecimento é fundamental para fortalecer nossa relação com movimentos e organizações socioambientais, instituições científicas e governos, assim como amplificar as vozes de povos indígenas, quilombolas e demais comunidades tradicionais da Pan-Amazônia.

Amarrado nos compromissos...

·       A Cúpula da Amazônia tratará de pontos polêmicos, tais como: mineração, petróleo, reconhecimento, demarcação de terras indígenas na região. Assunto de política internacional, mas que mexe muito com a política interna.

·       A “Declaração de Belém” focará no ponto de não retorno – percentual de 20% de desmatamento que leva a um processo de desertificação da floresta amazônica, equivalente ao que se tem na savana africana.

·       A busca pelo consenso da preservação e a repressão a crimes ambientais. Inclusive a PF está realizando uma reunião das polícias desses países para combater o crime ambiental na PanAmazônica. Enfim, é necessária uma agenda de combate aos crimes nas fronteiras. O crime aumentou muito na região, e não só o ambiental.

·       Liderança e iniciativa: Para o Brasil, a cúpula é estratégica porque dá ao presidente Lula mais argumentos. Agora, além dos dados de queda de desmatamento, conseguidos em 6 meses de governo, ele terá reunido os países da região, mostrando liderança e iniciativa. Vai ter o que apresentar nos próximos encontros multilaterais: do G-20, que passará a presidir no mês que vem, na abertura da ONU, na COP-28 e em Davos, no Fórum Econômico Mundial.

·       Há uma enorme discrepância entre os países amazônicos em termos de presença e atividades na região, nenhum chegando perto do Brasil que é amazônico por excelência.

·       O problema nos encontros ambientais e climáticos é que o entusiasmo da sociedade civil nem sempre se transforma em compromissos efetivos dos governos.

·       Democrático: há uma alta qualidade dos painéis, dos compromissos assumidos por bancos e o inédito protagonismo indígena.

·       Qual será a força do documento final? É preciso firmar compromissos pelo desmatamento zero e a moratória da exploração de petróleo. Pode ser uma declaração bem típica de processos multilaterais não amadurecidos, uma carta política. Olhando para trás é mais do que se tinha, olhando para frente está longe de ser o que se precisa. É preciso ter força de capacidade para coordenar a pesquisa em ciência e tecnologia.

·       Sabemos pouco sobre as diversas amazônias. Há uma enorme ausência de conhecimento sobre a Amazônia, de produção, de princípios ativos para a medicina, de hidrografia, de climatologia. O melhor resultado seria criar um painel intergovernamental no âmbito do Tratado, formado por cientistas. O que se gasta em ciência é muito pouco. O Brasil gasta mais com a Antártida do que com a Amazônia.  

·       Quem será o grande vencedor dessa reunião? O presidente Lula, mas com ressalvas. Isso também o amarra aos compromissos. Lula não pode defender a Amazônia e, ao mesmo tempo, apoiar o combo que a bancada ruralista tenta aprovar de mais agrotóxico, anistia para a grilagem e flexibilização do licenciamento ambiental. Há outros dilemas como o asfaltamento da BR-319 e a Ferrogrão. Isso sem falar no grande ponto de conflito que é a exploração de petróleo no mar da Amazônia, principalmente se o governo tentar fazer como fez em Belo Monte, passando por cima do órgão ambiental. 

Assim, os resultados da Cúpula da Amazônia precisam incluir compromissos claros e concretos no sentido de:

·       Construir alternativas socioeconômicas viáveis para a região, superando o atual modelo predatório, que concentra renda, produz desigualdade social e engole a floresta;

·       Zerar todo e qualquer desmatamento em toda a PanAmazônia até 2030;

·       Garantir uma Amazônia livre de garimpo, incluindo a desintrusão imediata das terras indígenas mais impactadas na Amazônia brasileira;

·       Avançar nos processos de reconhecimento, demarcação e proteção de territórios indígenas e de comunidades tradicionais – como as comunidades quilombolas –, com fortalecimento dos mecanismos de proteção territorial;

·       Assegurar consulta livre, prévia e informada aos povos indígenas e comunidades tradicionais, por meio de seus próprios protocolos de consulta, sempre que forem previstas medidas legislativas ou administrativas que possam afetar seus modos de vida;

·       Estruturar políticas de prevenção, adaptação às mudanças climáticas, e resposta aos eventos extremos para as cidades amazônicas, com especial atenção a populações vulnerabilizadas;

·       Rejeitar novos projetos de exploração de petróleo e promover uma transição energética justa e ecológica, que considere os aspectos geográficos e sociais da região;

·       Questionar acordos de associação e comércio que colocam ainda mais pressão nas florestas e reforçam dinâmicas colonialistas;

·       Criar e fortalecer políticas que estimulem a agroecologia na região e garantam a soberania e a segurança alimentar dos povos indígenas, comunidades tradicionais e população do campo.

A maior conferência sobre o futuro do planeta e da humanidade.

O reencontro do Brasil com sua agenda ambiental.

O Brasil tenta retomar sua liderança nas questões de mudanças de clima e desenvolvimento sustentável. Belém, Pará, sediará a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, em novembro de 2025. A Cúpula da Amazônia que acontece agora servirá para tratar das questões regionais, sem perder de vista os preparativos para a COP30, que poderá se tornar a maior conferência sobre o futuro do planeta e da humanidade.

Colocará em foco o papel da OTCA (Organização do Tratado de Cooperação Amazônica), única entidade intergovernamental com sede em Brasília e fruto de uma iniciativa diplomática brasileira (o TCA, Tratado de Cooperação Amazônica firmado em Brasília em 1978 com Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela), na ordenação das políticas regionais, com vista ao cumprimento das decisões tomadas em Belém. A meta é a articulação e a consistência das políticas ambientais e de desenvolvimento sustentável da Amazônia.

Diferenças sobre programa de desenvolvimento nuclear na década de 1990 levaram à criação do Mercosul. A realização no Brasil, em 1992, da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (Rio 92) colocou o país numa posição de contribuir para a harmonia entre aqueles dois temas antípodas no conceito de desenvolvimento sustentável: conciliar a preservação do planeta e a erradicação da pobreza e da fome. Agora, com o agravamento da questão ambiental e das mudanças do clima, a posição do atual governo brasileiro recobra o protagonismo histórico e o respeito da comunidade internacional. Ao fazê-lo, resgata a tradição da diplomacia brasileira com seu compromisso em favor do regionalismo, do multilateralismo e de um ordenamento fundado no Direito num mundo em que a lógica do conflito voltou a ameaçar o paradigma do entendimento, da cooperação e da paz.

Enfim, precisamos somar esforços com a comunidade internacional para compreender o desafio ambiental e enfrentá-lo, todos juntos! E a geografia é a melhor política, um fator importante de aproximação e integração, pelo diálogo e cooperação.


A Cúpula da Amazônia.

É o maior evento já realizado entre líderes globais para discutir a Amazônia. A ambição é costurar um compromisso comum de desmatamento zero na região. Também o combate a crimes ambientais, como o garimpo ilegal, a situação dos indígenas e outros povos da região e o desenvolvimento sustentável.

- encontro para discutir soluções que promovam desenvolvimento social sustentável na região.

- líderes de países que possuem florestas tropicais.

- A França foi convidada (ela tem a Guiana Francesa aqui na América do Sul) e também a Alemanha e a Noruega (financiadoras do Fundo Amazônia, criado em 2008, uma das principais iniciativas internacionais de proteção da Floresta Amazônica e do meio ambiente).

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