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São Francisco do Conde, Bahia, Brazil
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"Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber" (Art. 205 da Constituição de 1988).

Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

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domingo, 6 de agosto de 2023

Termos, conceitos e ideias.

Termos que atenuam, conceitos que justificam e ideias que atrapalham.

A polícia militar é a tropa mais letal da corporação! E a isso chamam de “operação bem-sucedida”, “efeito colateral”, “força tática” ou “reação com a mesma proporção com a que eles atacam a polícia”. E ainda há a expressão dos especialistas: “é preciso cobrar mais informações do ponto de vista técnico”. E que tal essa, na tentativa de detalhar o teatro de operações militares: "proximidade de Guarujá com o porto de Santos atraiu o PCC" (a violência é contagiosa?). E quando vem a explicação dos pesquisadores? "o tráfico internacional pelo porto é um crime de habilidades, de altos negócios, em que o banditismo comum atrapalha". 

Nada disso bate com a realidade porque a CONTRADIÇÃO é colocada de longe nos enunciados técnicos da imprensa e dos jornais e, questionamentos, quando existem, são oficiais ou acadêmicos demais!

Mortes deveriam chocar. Qualquer uma! O Estado é organizado para garantir SEGURANÇA e, por tabela, VIDA. Sua eficiência não é medida pela capacidade de matar. Saímos do estado de natureza para isso. Aceitar isso seria aceitar a força de uma elite que naturaliza o discurso de brutalidade que a mídia não deveria reproduzir (mas o faz, porque a mídia é uma versão refinada da elite). Ou não é razoável ignorar a falta de humanidade na imagem de um caveirão vazando sangue? Ora, o que está por trás de tudo isso?

A bancada da bala e seus eleitores bolsonaristas. Uma ala radical e extremista no Congresso disposta a atrapalhar qualquer governador que deseje planejamento de médio e longo prazo nas regiões pobres e afetadas pela desigualdade e pelo crime. Afinal, o medo nas comunidades e a violência da polícia é um valioso ativo eleitoral. É muito fácil se justificar com termos técnicos, pois eles passam longe da espinhosa barbárie por detrás do discurso. Mas, como pensar se o sistema lhe programa para agir, mecanicamente? O óbvio sustenta o oculto.

CONTEXTUALIZAÇÃO, cadê você? Pistolas 9mm e outras armas envolvidas na violência são arsenal bomba-relógio vendidos na era Bolsonaro. Suavemente colocadas nas mãos de CACs e congêneres, escorregou para o crime. Mas, a perícia não faz isso. A perícia profissional vai dizer de onde pode ter saído a bala, não a arma. Logo, evidenciar a barbárie por detrás do discurso soa óbvio, mas não é suficiente. 

Em verdade, você pode reduzir os índices de violência pela direita e pela esquerda. Na direita, produzindo e matando os bandidos num ciclo sem fim. Na esquerda, evitando a legitimação da bandidagem pelo ataque às mazelas sociais. A questão não é quantidade, mas qualidade dos planos de gestão.

Enfim, enquanto acreditarmos que o tiro na cabeça do pobre é a saída para a desigualdade social, a cabeça da elite permanecerá ilesa e matanças e chacinas serão naturalizadas. Afinal, cabeças rolando não são bolas de futebol!

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