Seleção natural/socila? “Estou morrendo de calor...” Literalmente!
“As ondas de calor são chamadas de assassinas silenciosas porque elas são, de longe, os eventos extremos de verão mais mortíferos que temos. Elas são muito mais mortais do que chuvas extremas, secas ou vendavais”.
Julho/2023 foi o mês mais quente já registrado na história! Ondas de calor atingiram milhões de pessoas, especialmente no hemisfério Norte. Há várias maneiras pelas quais o calor afeta a saúde durante ondas de calor.
As altas temperaturas expõem as pessoas a grandes perigos, pois o corpo reage de diferentes formas, afetando o sistema cardiovascular, respiratório e renal. Vejamos:
·
Para
tentar refrescar o corpo, o coração bombeia mais sangue, absorvendo o calor
interno e o movendo em direção à pele para ser dissipado para o ambiente, em
forma de calor. Então, obviamente, seu coração tem que bater mais rápido;
·
Como
para bombear mais sangue é preciso mais oxigênio, também será necessário
respirar mais;
·
Essas
medidas fazem o corpo suar e, com isso, baixar a temperatura interna. Mas se a
água que está sendo eliminada pelo suor não é reposta (com o consumo de
líquidos) isso pode levar à falta de hidratação, ocasionando problemas renais.
·
Insolação:
ocorre quando o corpo não consegue mais se refrescar, com a temperatura
corporal podendo superar 41ºC. Entre os sintomas estão confusão mental, perda
de consciência e convulsões.
·
Além
de fisiológica, a adaptação ao calor pode ser comportamental, com ações como
evitar estar na rua nas horas mais quentes do dia, usar roupas mais leves,
beber mais água ou fazer menos esforço físico.
· Além das altas temperaturas, outros fatores influenciam o impacto do calor no corpo, como a incidência de vento, radiação solar e umidade. Uma brisa fresca ou a proteção da sombra de uma árvore, por exemplo, ajudam a diminuir a sensação de calor. Já no caso da umidade do ar, índices altos dificultam o resfriamento do corpo. O principal mecanismo de resfriamento fisiológico que temos é a evaporação do suor de nossa pele. No entanto, quando está muito, muito úmido e já há muito vapor de água na atmosfera, isso reduz a capacidade de evaporação do suor.
A mortalidade de pessoas com mais de 65 anos relacionada ao calor aumentou em 68% entre os períodos de 2000-2004 e 2017-2021, situação que foi agravada pela pandemia de Covid-19. Mais de 61 mil pessoas morreram de calor na Europa no verão do ano passado, um número próximo do 70 mil mortos registrados por uma das piores ondas de calor na região em 2003. É muito estresse térmico!
Os efeitos do calor extremo tendem a ser mais fortes entre aqueles que já têm doenças cardiopulmonares e outros grupos de risco. Além deles, idosos têm uma dificuldade de termorregulação (ou seja, de manter a temperatura corporal) tanto quanto estão no frio quanto no calor, assim como as crianças e portadores de doenças crônicas.
Por trás disso tudo, a pegada ecológica das atividades humanas – a capacidade da Terra de se regenerar e absorver nossa poluição. No dia 02 de agosto/2023 (“Dia da sobrecarga da Terra”), a humanidade já gastou todos os recursos que o planeta tem a oferecer. Ou seja, o mundo já gastou todos os recursos naturais do ano inteiro em apenas 1 semestre (vivemos a crédito todos os anos e cada vez mais cedo recorremos ao cheque especial, só aumentando nosso déficit ecológico). Se quiséssemos mesmo respeitar os principais acordos internacionais, teríamos que adiar essa data em 19 dias todos os anos, durante os próximos 7 anos, para atingir a meta de reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 43% até 2030. Mas, em vez de melhorar, a situação só piora. Para alguns países, o dia da sobrecarga de recursos acontece muito mais cedo no ano, como na França, onde o prazo é 5 de maio. Se o mundo inteiro vivesse como os franceses, precisaríamos do equivalente a 2,9 Terras, por exemplo, para sobreviver durante 365 dias! Cada vez mais afundamos no cheque especial do planeta. E os juros são muito altos, pagos com a vida! Precisamos urgentemente descarbonizar a economia global.
Enfim, agora vai pensando tudo isso em
regiões tropicais do globo, como a nossa!?
Nenhum comentário:
Postar um comentário