O perfil das psicopatias...
Aqueles que passam por nós não vão sós,
Não nos deixam sós. Deixam um pouco de si,
Levam um pouco de nós.
Antoine de Saint-Exupéry (O Pequeno
Príncipe)
A arte de viver é simplesmente a arte de
conviver...
Simplesmente, disse eu? Mas como é
difícil.
Mário Quintana
Nem sempre características individuais preenchem critérios para um
diagnóstico psiquiátrico.
10 tipos de transtornos de personalidade – e os traços patológicos característicos a cada um deles.
1. Esquizoide: “Não levaria
ninguém para uma ilha deserta”.
2. Esquizotípico: “No limite”.
3. Paranoide: “De olhos bem
abertos”.
4. Antissocial: “Os fins
justificam os meios”.
5. Borderline: “Por um fio”.
6. Histriônico: “Minha vida
daria uma novela”.
7. Narcisista: “Sabem com quem
está falando?”.
8. Dependente: “Por você eu
largo tudo”.
9. Evitativo: “Na moita”.
10. Obsessivo-Compulsivo: “Linha dura”.
Enfim, essas pessoas “especiais”...
A instável, o inflexível, a teatral, a insegura, a arrogante, a submissa, a lunática, o desconfiado, o misantropo e o transgressor. Características que podem estar presentes em pessoas que, por seu comportamento repetitivo, peculiar e capaz de gerar prejuízo, causam danos físicos e psicológicos a si mesmas ou aos que estão ao seu redor. Elas nos seduzem, manipulam, surpreendem, espantam, assustam, sufocam. Tudo em seu comportamento é exagerado: amor demais, carência demais, desconfiança demais, controle demais, raiva demais. Invariavelmente, passam a impressão de que alguma coisa está fora da ordem (e está mesmo!).
A partir do fim da adolescência, os indivíduos com essa natureza apresentam um jeito de ser caracterizado por um padrão de comportamento inflexível e repetitivo, que causa prejuízo significativo na maneira como se relacionam afetivamente, em sociedade, no trabalho ou na família. Podemos chamá-los de psicopatas do cotidiano.
É preciso deixar claro que psicopatia, aqui, se refere à atual classificação médico-psiquiátrica denominada “transtornos específicos da personalidade”. Pessoas com esses transtornos, com frequência e sem perceber, causam intenso sofrimento a quem convive com elas. Elas não perdem o juízo da realidade ou sofrem com surtos, delírios e alucinações. A maneira como interagem com o mundo é que as torna de difícil convivência.
Mas, atenção: ao contrário do senso comum dos últimos anos, popularizado na mídia e na cultura pop, o transtorno de personalidade não é uma condição necessariamente associada a crimes bárbaros e cruéis. Embora existam os crimes sexuais, os casos de assédio moral, assassinatos por motivo torpe ou fútil, violência doméstica, maus tratos a animais...
O psicopata do cotidiano tanto pode ser um líder místico que convence seus seguidores ao suicídio coletivo quanto um garoto que depreda patrimônio público e posta foto de seu ato na internet. Mas seus traços de personalidade também aparecem nos motoristas que perdem a cabeça no trânsito, nos vizinhos que vão parar na delegacia após uma discussão no condomínio ou nos pais e nas mães que fazem chantagem emocional com os filhos até levá-los a tomar atitudes contrárias às suas vontades. Existem aí características que levam essas pessoas a agirem como se tivessem “um parafuso a menos”.
Em maior ou menor grau, esses indivíduos deixam marcas em nossas vidas. Compreendê-los e aceitá-los parte de um simples princípio: eles são assim, não entendem o problema e se recusam a tratá-lo. No máximo, após um longo processo de autoconhecimento, conseguem entender o mecanismo de repetição de suas atitudes e minimizar seus efeitos.
Enfim, é preciso descobrir
mecanismos que ajudam a manter a própria integridade, física ou psicológica,
sem abrir mão da convivência.
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