Com Bolsonaro fora do tabuleiro eleitoral, no momento, os nomes da direita que tentam se cacifar para a corrida ao Planalto em 2026 são o de Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) e Romeu Zema (Novo-MG).
“Rapaz, vocês têm que entender o seguinte: o Bolsonaro, ele está
preparado com o Exército, com as Forças... as Forças Armadas, aí, para fazer a
mesma coisa que aconteceu em 64. O povo vai pras ruas, que ninguém vai aceitar
Lula ser... ganhar a Presidência, porque não tem sentido, o povo vai pedir a
intervenção e, aí, meu amigo, eles vão nos livrar do comunismo novamente. Deu
ruim. O povo brasileiro não foi para as ruas. O povo não pediu intervenção
militar. O Brasil votou. E, por isso mesmo, quer poder acompanhar sem medo as
investigações em curso”.
Táticas
para cooptar o eleitor ou o espólio de Bozo, visando amealhar a direita em
torno de uma candidatura presidencial:
1.
Tarcísio
usa declarações para agradar os bolsonaristas moderados, com postura mais
comedida (discordam das invasões do 8 de janeiro); enquanto Zema fala para os
mais radicais, de forma “descabida” e com postura mais radical (defendem e são
convictos aos atos golpistas);
2.
Exemplo 1: Zema
saiu em defesa de interesses do consórcio dos estados Sul e Sudeste (Cosud), em
oposição aos do Nordeste (com teor separatista). Na área do Cosud, Bolsonaro
foi o mais votado em todos os estados, à exceção de Minas. Zema se referiu ao
Norte e ao Nordeste como “vaquinhas que produzem pouco”, defendendo que os
estados do Sul e do Sudeste deveriam ter maior peso no Conselho Federativo,
criado pela Reforma Tributária para distribuir a arrecadação pelos estados;
Tarcísio já assume de forma mais branda as preocupações desse eleitorado, mas
garimpando com acenos ao grupo mais moderado sem perder apoio da ala mais
radical;
3.
Exemplo 2: Após
os ataques do 8 de janeiro, Zema sugeriu que o governo federal havia feito
“vista grossa” para se passar de “vítima”; já Tarcísio, evita reunião com Lula
ou quando acontece posa ao lado e defende parcerias (sobre temas como segurança
pública, deslizamentos no litoral, etc.);
4. Exemplo 3: Sobre as operações policiais que deixaram 18 mortos no litoral norte de São Paulo, bolsonaristas de diferentes matizes argumentaram que as ações foram “proporcionais” e “necessárias” no contexto da busca pela redução da criminalidade. Logo, não se iluda, em um gesto recente, o governador enviou um projeto de lei para anistiar quem foi multado por descumprir medidas sanitárias na pandemia, como o ex-presidente. Também anunciou que criará um modelo próprio de escolas cívico-militares em SP, após Lula revogar o programa, e chegou a recusar livros didáticos do MEC (mas depois recuou).
Enfim, embora
com posturas diferentes, uma mais radical e outra mais moderada, há
convergência ultradireitista. Ambos surfam na violação de direitos humanos e no
Estado mínimo, em prol do Mercado.
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