É uma nova forma de banditismo ou modalidade de crime, ligado à dominação de cidades, em que os criminosos subjugam forças policiais sem armamentos pesados de mesmo alcance e em igual quantidade. As quadrilhas não buscam um cofre qualquer, mas aqueles que, no dia e hora planejados, acumulam grande quantidade de dinheiro.
Essas quadrilhas usam carros possantes e blindados, contando até com drones aliados a explosivos, para investir contra bancos, empresas de valores e cooperativas de crédito. Elas começaram explodindo agências e caixas eletrônicos em pequenas cidades, quase sem forças policiais, no interior do país. Agora, coloca em ameaça a segurança nacional.
Podemos até dizer que são “criminosos profissionais”, pois eles investem acima de R$ 1 milhão na infraestrutura dos ataques, incluindo armas, locomoção, estadias, mapeamentos e vigilância. É uma ação de profissionais cujo objetivo é dissuadir a força policial. Dominam a cidade para a força de segurança não agir.
Essas ações têm em comum o uso de armas de grosso calibre, com disparos contra forças policiais, prédios públicos e comerciais – ou até mesmo pela cidade –, e a instalação de barreiras para impedir perseguições. Por vezes, cidadãos são feitos reféns e usados como escudo. O primeiro domínio de cidade realizado no Brasil com essas novas táticas ocorreu em novembro de 2015 em Campinas (SP). Além de São Paulo, também tem sido frequentes em cidades aqui da Bahia.
Os mentores intelectuais dessa nova modalidade de crime não estão preocupados com viagens ao exterior, restaurantes famosos. Eles reinvestem no próprio crime, e não á uma investigação simples. As pessoas que vão a campo praticar os crimes são meros executores, soldados de grupos criminosos. Há uma organização por trás desse fenômeno que não tem sido alcançada. Há também a hipótese de que as redes criadas para dominar cidades são formadas dentro dos presídios, onde os bandidos trocam informações sobre suas atuações. A dinâmica desses crimes, fora do padrão pelo tamanho do aparato bélico, também inibe as forças de segurança, porque eventuais revides podem resultar em mortes de inocentes nas ruas.
Esses grupos não se estruturam como outras organizações criminosas. São agrupamentos temporários que não têm a sociabilidade dos antigos bandos de cangaceiros. Os grupos atuais são baseados na divisão de tarefas, nos interesses de cada um em participar do assalto e na reputação que eles possuem. Tanto podem se desfazer por completo quanto se juntar eventualmente para novos ataques.
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