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Em
um ano, 1 milhão de jovens deixa força de trabalho (parou de trabalhar e
procurar emprego, pela falta de experiência, pré-requisitos e a ausência de
especialização), mas 55% estudam (a boa notícia). Afinal, não é nada fácil
conciliar expediente e sala de aula, e ter um bom rendimento (nas duas coisas);
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Os
salários mais baixos nessa faixa etária desestimulam, e o aumento das
transferências de renda permite que o jovem se dedique aos estudos;
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O
efeito é maior quando a análise se concentra nas regiões onde houve mais
pagamentos do Bolsa Família. Em alguns locais, a massa de rendimentos chegou a
subir 30%. Nos últimos tempos, houve grande expansão das transferências
sociais, de 0,5% para 1,5% do PIB. Mais que triplicou. É possível ver que
aumentou o nível de emprego nas regiões que receberam mais transferências e
reduziu a taxa de participação dos jovens.
· Os jovens têm salários mais baixos, pouca formação e experiência, o que dificulta conseguir um emprego. O aumento da renda familiar pode ser um incentivo para sair do mercado.
“O IBGE divulgou na sexta-feira que houve aumento expressivo do rendimento familiar per capita no país: 6,9%. Foi impulsionado pelo Bolsa Família, presente em 16,9% dos domicílios. Entre os 5% mais pobres, a alta da renda de um ano para o outro chegou a mais de 100%. Os 50% mais pobres tiveram aumentos superiores a 10%”.
·
A
sala de aula é importante num mundo que está cortando os empregos menos
qualificados, funções que podem ser automatizadas. Nessa situação, melhorar a
qualidade da educação, quecaiu durante a pandemia, é um desafio do país. Os que
têm menos estudo vêm sendo expulsos da força de trabalho desde 2012. A
participação no mercado dos que têm o ensino médio incompleto caiu de 52% para
46% entre 2012 e 2022.
· Está havendo uma queda estrutural de certos tipos de trabalhadores no mercado. Na pandemia, esse processo deu uma acelerada e perdeu-se a visão do movimento histórico. É uma tendência de longo prazo. Há uma diminuição na demanda por trabalhadores, e isso acontece principalmente entre os mais jovens. Na pandemia, conseguiram trabalhar como entregadores, mas a demanda caiu.
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