Quem sou eu

Minha foto
São Francisco do Conde, Bahia, Brazil
Professor, (psico)pedagogo, coordenador pedagógico escolar e Especialista em Educação.
Obrigado pela visita!
Deixe seus comentários, e volte sempre!

"Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber" (Art. 205 da Constituição de 1988).

Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

Arquivos do blog

domingo, 19 de fevereiro de 2023

Como ‘consertar’ a sociedade brasileira?

Há excessos na direita e na esquerda! E muito há que aprender no Centro e em todo lugar!!!

O Brasil é plural, mas em nome disso há consequências práticas e políticas. Elas brotam da educação – ou da falta dela. De um país com mais de 208 milhões, concordâncias e divergências são esperadas em grandes populações. Assim, não se pode definir tanta gente por alguns clichês.

A população fica rachada em temas que aqueles com maior renda ou melhor formação tendem a considerar “resolvidos” ou “pontos pacíficos numa democracia moderna”. Para citar apenas alguns temas polarizados, vejamos:

·       56% dos pais brasileiros consideram normal que crianças que passam dos limites apanhem (42% discordam);

·       41% acham que a escola não é local apropriado para debater sexualidade com adolescentes (56% acham que é);

·       46% se incomodam com gays e lésbicas se beijando em público (48% não veem problema);

·       73% acham que o aborto não deveria ser legal;

·       67% são contra a legalização de cassinos e jogos de apostas.

(Dados: pesquisa Quaest).

A visão conservadora não está restrita à direita, embora seja majoritária. No caso do castigo físico às crianças, apenas 9 p.p. separam eleitores de Bolsonaro e Lula sobre o tema. Na repulsa ao beijo gay, no repúdio à legalização do aborto e no debate escolar sobre sexualidade, a diferença gira em torno de 20 p.p. Isso mostra que o conservadorismo não tem coerência ideológica.

Seria possível encontrar verdade na premissa reversa? Vejamos...

·       67% dos lulistas e 68% dos bolsonaristas reprovam os cassinos;

·       92% dos brasileiros acreditam que é preciso haver mais fiscalização para impedir o desmatamento da Amazônia (percentual idêntico entre eleitores de Lula e Bolsonaro);

·       92% acham que pagamos impostos demais (90% dos lulistas e 95% dos bolsonaristas);

·       64% acham que políticos não deveriam ocupar cargos nas estatais (68% dos bolsonaristas e 60% dos lulistas);

·       58% acham que as mulheres não têm mais dificuldade para alcançar o sucesso profissional (percentuais idênticos nos dois grupos).

(Dados: pesquisa Quaest).

Olhando bem as porcentagens, é preciso levar em conta seus sentimentos para não ter consequências dramáticas. Afinal, o Brasil é mais conservador do que muitos gostariam. Ora, que sentimento é esse? É aquele em que a pauta difusa de reivindicações é menos importante que o impulso de ir às ruas para protestar. Erupções sociais ou movimentos descoordenados de revolta surgem sem aviso prévio ao radar de partidos, sindicatos, academia ou imprensa. É um animal feroz sem rédeas que pode atacar uns e outros.

Não são apenas os políticos que lidam com o público. Todos que mexem com gente não deveriam ignorar ou desafiar o sentimento predominante na população em nome de crenças ideológicas ou de alguma pretensa missão civilizatória.

As minorias precisam ser consideradas e respeitadas, mas nem elas também devem ser impostas. Suas lentes não podem ser o foco de referência que ignora o que se passa ao redor. É uma atitude de extremo risco, altaneira para uns e arrogante para outros.

Enfim, o certo é aprender a conviver com as diferenças e a respeitar opiniões contrárias, em vez de as colocar em conflito, comparação ou competição. Convivência é norma em toda sociedade civilizada, e regra para a sobrevivência social de cada um e de todos.

A beleza está no conjunto. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário