“Digitalizar a velha aula expositiva não resolve. Não precisamos que o educador brasileiro domine todas as ferramentas tecnológicas, mas sim que saiba a ferramenta adequada para cada momento pedagógico. Não se “aprende na internet”; o professor guia o aprendizado. Parece fácil, mas não é!”.
Num tempo em que alunos estão cada vez mais propensos a abandonar a escola, justamente quando o ensino da ciência e da tecnologia ganha relevância sobre a nova onda do obscurantismo no Brasil, nós, profissionais da educação, precisamos lidar com algumas questões quase utópicas. A mais importante delas é olhar a escola não só como o lugar do “básico”, mas como o lugar em que está sendo fabricada nossa ainda frágil democracia. Já passou da hora de investir, nas pessoas e no ensino!
Vejamos as outras questões não menos importantes:
1. Por
que a escola do ‘básico’ não funciona no mundo do século XXI, sobretudo com
alunos a um passo da evasão?
2. O Brasil
precisa ter um plano robusto de tecnologia educacional.
3. Quem
está na área tem compromisso cívico e capacidade técnica?
4. A
educação de hoje carece de políticas sólidas para a tecnologia. Esta, não pode
mais ser adereço ao sistema educacional, mas item indispensável!
5. Tem que ter (cons)ciência do que a tecnologia
pode fazer pela Educação:
A) Permite
novas formas de acompanhar a aprendizagem dos alunos, para além dos testes;
B) Possibilita
novas formas de acesso a materiais educacionais;
C) Permites
experiências de aprendizagem inovadoras.
6. É
preciso compartilhar com trabalhadores os meios para produzirem, eles mesmos,
soluções tecnológicas;
7. E se
tivéssemos laboratórios virtuais em que alunos pudessem manipular remotamente
um microscópio real? Ou melhor, e se tivéssemos esse equipamento, e muitos
outros, na escola? Também é o caso de kits de robótica, simulações e
laboratórios “mão na massa”, que promovem mais motivação e conexão com a
comunidade. Coisas desse tipo, e muito mais, podem (e devem) existir em escolas
públicas!
8. É
necessário ter clareza sobre o que não dá certo. Ações isoladas e
tecnocêntricas, por exemplo, não funcionam, não adianta! Sair por aí
distribuindo em massa tablets e chips de celular ou a aplicação simplista de
softwares será desperdício e banalização da oportunidade de fazer um
investimento e um trabalho sérios;
9. Tecnologia
por si só não garantirá mais qualidade na educação sem uma potente formação
continuada de educadores no ramo, com o propósito de ampliar práticas
pedagógicas por meio dessas ferramentas, desenhando sequências didáticas
focadas em grandes ideias, e não na tecnologia em si. Ou seja, a tecnologia é o
meio, não o fim;
10. Ao contrário do que sugeriu Bolsonaro, um simples aplicativo não opera milagres nem garante alfabetização em tempo recorde. Tampouco podemos acreditar que ampliar a conectividade nas escolas – ainda que fundamental – seja suficiente. Veja a lista anterior e perceba que o PROJETO É MAIS AMPLO!
Planejar um projeto assim, depois da trágica experiência que tivemos com a pandemia e as tentativas de implantar um ensino remoto sem tecnologias, significa garantir que alunos não fiquem sem aula em situações extremas, como epidemias, desastres naturais ou violência urbana.
Enfim, manter a sala de aula apenas à
base de papel e caneta é negar ao aluno uma preparação fundamental para o
futuro. Não dá certo! Chega de exemplos isolados e chavões sobre escolas
atrasadas. A utopia precisa virar realidade na educação brasileira!
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