... e os culto-comícios.
O efeito do veneno do bolsonarismo nas igrejas é enorme!
Eleitores sem religião específica deram folga de 5,9 milhões de votos para Lula. Junto à dianteira do petista entre os católicos, essa margem compensou a vantagem de Bolsonaro entre os evangélicos, segmento em que ele lidera.
O bolsonarismo traçou um ambicioso plano eleitoral e também de gestão, com protagonismo da direita religiosa. A campanha foi marcada com discursos com apelo religioso. Bolsonaro atrelou o discurso político a uma batalha espiritual. Dessa forma, o bolsonarismo se consolidou nas igrejas porque deu ao segmento protagonismo político e de gestão. Lula precisa contra-atacar afastando esse discurso. Fazer religião no Brasil se traduziu de vez em fazer política (antes se tinha “religião na política”, agora é “religião como política”).
A vitória de Lula será apresentada como uma espécie de “provação aos fiéis”. O que significa dizer que a Bíblia vem sendo deliberadamente maltratada. Associar Jesus com armas foi um dos efeitos positivos do bolsonarismo na religião. Efeito tão forte que o voto evangélico não foi impactado pelas barbaridades do Bolsonaro na pandemia nem a memória do governo Lula, especialmente para os mais pobres. Mas, enfim, a preferência de eleitores sem religião pode ter sido decisiva para a vitória de Lula.
Segundo as novas projeções, o grupo de evangélico corresponde hoje a cerca de 1/3 da população brasileira. Já a presença católica é estimada em cerca de 50% da população. Os eleitores sem religião seriam 12%.
Enfim, pode-se criar um Jesus
armamentista com base na Bíblia? Não! Cabe aos evangélicos de esquerda tratar
de religião também! Pode-se ler o Evangelho pela ótica da pobreza, da
periferia. Mas não será uma atarefa simples, nem fácil!
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