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Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

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sexta-feira, 4 de novembro de 2022

A governabilidade de Lula.

 Continuo preocupado com a questão da governabilidade...

Lula precisa aglutinar mais de 308 votos na Câmara. Não só:

1. Reduzir e isolar ao máximo essa extrema direita;

2. Alcançar a necessária governabilidade no Congresso;

3. Minar o poder da extrema direita de colocar a sociedade num estado de sublevação permanente (capaz de obstruir estradas ou parar cidades com frequência que emparede o governo). 

Já que não tem maioria ainda, Lula se previne de crime de responsabilidade. Porém, recebe críticas, não seria se entregar rápido e facilmente demais ao Centrão antes mesmo de iniciar sua gestão? Vamos lembrar que o Centro é o centro da corrupção. Mas, a questão é essa: vota-se num presidente de um partido, mas em deputados e senadores de outros partidos. Então, como não negociar com o Congresso? No Brasil, o presidencialismo é parlamentarista. 

Essa busca por apoio dentro do Centrão pode render muitas armadilhas. Só suas 3 siglas PP, PL e Republicanos somam 187 deputados eleitos. PL é oposição certa, porém dos 99 deputados mais de 40 podem ajudar se forem agraciados com cargos e emendas. PP quer em troca a reeleição de Lira na Câmara. Os Republicanos, sigla ligada à Igreja Universal, que já deu alguns acenos e 20 dos 47 eleitos não participaram da campanha do Verme no 2º turno (além do mais, Tarcísio está no governo de SP).

Vamos ver o que conseguiremos com as siglas que ficaram neutras no 2º turno: PSD, MDB e União Brasil (juntos, os três somam 143 deputados na próxima Câmara). Lula sinalizou na campanha que pretendia acabar com o doce deles, as emendas de relator. Aguardemos as adesões individuais. Enfim, qual será o tamanho e a qualidade da nossa oposição? Terá algum grau de consciência para deixar passar o que for bom para o povo?


Lira e centrão ficam fortalecidos com PEC da transição articulada por equipe de Lula. Lira tem forte influência sobre o ritmo de análise da proposta em troca de sua reeleição na Câmara. O PT não pretende disputar o comando da Casa (marcada para 1º de fevereiro, quando os parlamentares eleitos tomam posse). Daí entrar o jogo de negociações:

1.     Uma proposta que deve ter o aval do time de Lula é o do autocontrole sanitário — que é de interesse da bancada ruralista, hoje próxima a Bolsonaro. O projeto está pronto para ser votado no Senado e autoriza a contratação de empresas privadas para realizar a fiscalização sanitária da atividade agropecuária, isentando o Estado dessa responsabilidade e beneficiando grandes produtores que podem arcar com o aumento nos custos.

2.     Integrantes da cúpula do PT passaram a rechaçar a ideia de acabar com as emendas de relator no momento para evitar ruídos desnecessários com o atual presidente da Câmara. Esse tipo de emenda já foi criticado por Lula, mas é um dos pilares da influência de Lira sobre os demais parlamentares.

3.     Integrantes do PT dizem que vão negociar com Lira e partidos do centrão uma lista de projetos que alinhe interesses de ambos os lados. Isso significa que, em troca da aprovação acelerada da PEC, a base política de Lula também deve desobstruir o caminho para pautas essenciais para o grupo que deu sustentação a Bolsonaro no Congresso.

4.     A PEC será o principal desafio político da equipe de transição de Lula. Se conseguir aprovar o texto até dezembro (como o partido quer), o governo petista já vai começar sem a dificuldade financeira —a falta de recursos para projetos foi motivo de sucessivos desgastes de Bolsonaro.

5.     Ao Painel o senador Renan Calheiros (MDB-AL) afirmou que a ideia da PEC é uma "barbeiragem". Segundo ele, não era necessário "se entregar dessa forma" ao centrão. "É uma barbeiragem. O centrão já não cabe no orçamento. É preciso ouvir as pessoas", diz. “O caminho mais adequado neste momento seria fazer uma consulta ao TCU (Tribunal de Contas da União), que poderia embasar e fornecer respaldo para garantir os recursos necessários para o início do próximo governo.”

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