Prepare o seu coração...
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Há uma majoritária participação do setor
privado no ensino superior. Enquanto na média dos países da OCDE (em sua
maioria, nações desenvolvidas), 29% dos universitários estão em instituições
particulares, o percentual aqui no Brasil chega a 75%. É uma porção muito
expressiva das matrículas no setor privado!
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E tem mais, por aqui, a média de
estudantes por docente, pelos cálculos do relatório, chega a 50 para 1,
enquanto na maioria das nações comparadas, essa relação fica abaixo de 20,
tanto que a média da OCDE é de 17 para 1 no setor privado.
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A explicação para essa discrepância está
no ensino a distância, que tem crescido de forma desmensurada nos últimos anos
no Brasil. Por exemplo, há grandes grupos privados que chegam a manter uma
relação de alunos por professor na modalidade a distância superior a 400!
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É baixa a proporção de adultos com nível
superior no Brasil. Considerando tanto o setor público quanto o privado, apenas
49% dos que ingressaram num curso superior haviam se formado 3 anos depois do
período teórico de duração do curso (ou seja, para um curso de quatro anos,
essa conta é feita sete anos depois do ingresso). Na média da OCDE, esta
proporção chega a 68%.
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Ter superior no Brasil é um grande
privilégio. Por ser restrito a poucos, outra conta em que o Brasil sempre
aparece destoando dos países ricos é no retorno financeiro do diploma
universitário. Por aqui, em média, um adulto com nível superior recebe o 4x (o
quádruplo) de um que não completou o ensino médio. Na OCDE a diferença
representa o dobro.
Enfim, para amenizar
esse problema, precisamos tanto ampliar o número de vagas nas universidades
públicas e institutos de ensino superior, bem como redobrar os esforços para
manter os estudantes até o fim do curso, dando a eles oportunidade de
permanecer nos estudos. É preocupante o que o MEC do Governo Bolsonaro tem
feito com nossas instituições, ao passo que o mercado tem impulsionado a
expansão do sistema de educação a distância, com pouco controle sobre sua
qualidade.
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