Eu tenho o direito de tentar te dominar...
... E você tem o dever de não deixar ser seduzido (ou deixar).
Somos livres pra brincar de Gato e Rato? Com regras, sim! Mas, é de outra forma que pensa a elite midiática e financeira global: a vida social é feita de erros e acertos, mas, sobretudo, do direito incondicional de “investidas”. Logo, seria legítimo fazer os “melhores” ataques para se dar bem. Em outras palavras, eu tenho o direito de tentar te dominar e você tem o dever de não se deixar ser seduzido (ou de deixar). Caso não cumpra bem a sua obrigação, o problema é seu!
O direito comum a quem domina e a quem obedece é o princípio de exercer a liberdade. Somos livres para atacar e para se defender. Somos livres para fazer a guerra, mas a guerra com arte – a tal “arte da guerra”. Uma guerra refinada, requintada, amorosa e “racionalmente” arquitetada que satisfaça o desejo nato de controlar, subverter e enriquecer. Alguém já chamou a isso de “capitalismo selvagem”.
A diferença da violência que acontece na selva da que acontece na civilização é nenhuma. Ambas são muito cruéis, uma só é mais explícita do que a outra. Na civilização, como já se disse, a guerra é mais dissimulada, hipócrita, cheia de joguinhos psicológicos que envolvem truques simbólicos de linguagem, tecnologia, oratória, inflação, juros, controle do tempo, corrupção, lucros e outras coisinhas mais. Mas, no final das contas, se morre e se mata do mesmo jeito – lentamente, sugando a energia vital de outro ser para sobreviver e ter.
Aí adentramos no principal motivo da guerra. Novamente, tanto a guerra de lá quanto a de cá, ela acontece pelo desejo de recursos. Fome e comida. Veja a opinião do GLOBO, por exemplo. A empresa jornalística (de guerra) acha que o TSE foi longe demais ao combater desinformações. Ela acredita no “vale-tudo” e, portanto, chama de “intromissão no trabalho” – mesmo que ruim – de veículos de imprensa. O predador aqui se camufla num conceito perigoso, ao que chama de “censura indevida” para justificar a barbárie da direita sobre a esquerda.
Se os veículos de imprensa não desejam ser julgados, precisam então fazer autocrítica de sua qualidade o tempo todo. Eles veiculam informações das vidas das pessoas, impactando inclusive o coletivo. Um título malfeito prejudica muito, informações erradas mais ainda. Insinuações e imagens tendenciosas ferem reputações e vidas. Afinal, torna-se contraditória uma mídia social praticar aquilo que ela diz combater – a desinformação deliberada ou a suposta informação distorcida.
É por isso que não basta só se defender dos ataques. Precisamos construir uma sociedade livre de predadores – e eles estão por todos os lados. Mas, não seria frágil demais uma sociedade formada só de presas? Claro! O mundo é cruel e globalizado demais pra gente não aprender a atacar e se defender quando preciso for.
Enfim, enquanto os instintos de gato e rato
não forem regulados, a natureza humana se sentirá à vontade para brincar de picula, sem regras.
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