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São Francisco do Conde, Bahia, Brazil
Professor, (psico)pedagogo, coordenador pedagógico escolar e Especialista em Educação.
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"Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber" (Art. 205 da Constituição de 1988).

Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

segunda-feira, 31 de outubro de 2022

Pauta – 2023.

Qual será o primeiro ponto da pauta – 2023?

“Acabou o choro, mas não ficou tudo lindo” (Luiz Galvão).

A elite brasileira deseja que Lula estabeleça como primeiro ponto de pauta da sua agenda de governo as reformas (administrativa e tributária). Diz que o crescimento econômico só será garantido se partir delas. Mas, não será mais o Paulo Guedes que tocará a Economia do país. Assim, existem outras prioridades mais urgentes. É possível atender às demandas sociais retirando investimentos em outras direções. Porém, esse descompasso será o tom de dança do novo governo Lula com o mercado financeiro.

 Pauta de otimismo e preocupações para 2023:

·       Erradicar a fome, o combate ao racismo e a violência (sobretudo contra a mulher);

“Nosso compromisso mais urgente é acabar com a fome outra vez. Não podemos aceitar como normal que milhões de homens, mulheres e crianças nesse país não tenham o que comer ou que consuma menos proteínas e calorias que o necessário. Se somos o 3º maior produtor mundial de alimentos e o 1º de proteína animal, e temos tecnologia e uma imensidão de terras agricultáveis, se somos capazes de exportar para o mundo inteiro, temos o dever de garantir que todo brasileiro possa tomar café de manhã, almoçar e jantar todos os dias. Este será, novamente, com compromisso número 1 do meu governo” (Lula, no 1º discurso após a vitória).  

·       Liderar a reconciliação do país – a cordialidade precisa substituir a grosseria herdada da pior campanha eleitoral de nossa democracia, que agravou a cisão social, a desconfiança nas instituições e o medo nos cidadãos – deixando sociedade e instituições estressadas;

·       Montar a equipe de governo (nomes com alta credibilidade);

·       Encontrar os pontos de convergência que possam nos unir mais enquanto classe trabalhadora;

·       Saber por que chegamos à máfia extremista liderada por Bolsonaro e que tipo de antídoto social produziremos para evitar uma nova queda;

·       Fazer uma profunda reflexão humana sobre o que fomos, somos e o que desejamos ser, a fim de reunir nossas melhores qualidades (tolerância, paciência, habilidade, imaginação, amor, respeito, etc.) e afastar nossos piores defeitos (intolerância, ódio, violência, autoritarismo, obscurantismo, etc.), a fim de reconstruir a trama delicada da normalidade democrática;

·       Conter o aumento da relação dívida pública/PIB nos próximos anos (para a taxa de juros voltar a patamares razoáveis);

·       Combater os jogos de corrupção e a fome voraz do mercado financeiro por privatização dos bens estatais públicos;

·       Formar um mutirão pelo ensino, resgatando com força a educação, a cultura e a ciência;

·       Retomar o foco político nos programas sociais (reaproximar os políticos das pessoas comuns);

·       Bolsonaro foi derrotado, bolsonarismo, não (foram 58,2 milhões de votos no JB ou 48,91%), apenas 2 milhões a menos que Lula (60,2 milhões ou 50,89%);

·       Lidar com um cenário global em risco de recessão, ao passo que enfrentar a “herança maldita” deixada por Bolsonaro (inflação renitente, baixo crescimento, desemprego, juros altos, bomba fiscal, fome e miséria);

·       Fortalecer a Democracia e as instituições, com tudo o que tivermos (a retomada de conselhos e conferências setoriais, movimentos sociais de base e todas as medidas de participação da sociedade civil). É preciso superar o colapso do diálogo político no país e dar protagonismo para a democracia que é, antes de tudo, um sistema de legitimação da pluralidade de ideias (com limites à “opinião idiota”, claro!);

·       Restaurar a plena vida democrática nacional na esfera das instituições e, também, na das relações sociais e interpessoais. Afinal, o bolsonarismo segue entre nós e forma uma nuvem escura sobre a democracia brasileira;

·       Enfrentar o desafio de retomar o Orçamento;

·       Encarar uma realidade nacional muito diferente de 20 anos atrás;

·       Retomar o protagonismo do Brasil na luta contra a mudança climática;

·       Combate do desmatamento na Amazônia e proteção dos biomas;

·       Refazer a imagem do país no exterior (voltar a dialogar com as grandes potências), reintegrando à comunidade internacional que aposta no esforço humano para sobreviver num planeta em crise;

·       Promover cursos que ensinem os cidadãos a usar seus próprios filtros para resistir à tentação das Fake News;

·       Distinguir conservadores de reacionários num país de alto sincretismo religioso, e mostrar aos religiosos de boa-fé que se equivocaram ao acreditar em líderes espúrios como Jefferson e Bolsonaro;

·       Promover o avanço tecnológico e superar o atraso do parque fabril e o baixo capital humano. É preciso reduzir o atraso na educação, melhorar na segurança pública e nas condições para empreender, a fim de não alimentar mais a saída de recursos e de talentos;

·       Retomada da política habitacional e urbana: proteger pessoas e famílias que vivem em situação de rua com a retomada do programa Minha Casa Minha Vida. De volta o foco no tema da habitação (e a casa engloba também a infraestrutura, os serviços públicos, os equipamentos sociais, a mobilidade). Afinal, habitação é cidade. Tem larga repercussão na economia, na política, na saúde, na educação, na cultura e até no planeta (a cidade é o lugar da maioria da população mundial, no nosso caso, de 85% dos brasileiros). Logo, tratar bem da cidade significa cuidar do povo;

·       Trata-se, portanto, de uma escolha política: tolerar ou não a extrema pobreza. Afinal, os números mostram o crescimento dela. Em uma década, passamos de pouco mais de 6 mil favelas (2009) para quase 14 mil (2019). O Censo deste ano deverá revelar um crescimento ainda maior dessas comunidades. Devemos refletir mais do que celebrar: reflexão sobre o racismo e a exclusão social que marcam a história do país. Sobre como as escolhas políticas dos últimos 100 anos fizeram com que a sociedade brasileira aceitasse a naturalizasse a existência de territórios onde a dignidade humana não está assegurada.As favelas são um polo de criatividade, inovação, cultura e empreendedorismo que abriga mais de 17 milhões de pessoas. Favelas são espaços de potência e oportunidade. Cabe à sociedade brasileiro criar estratégias para livrar esses territórios da âncora da pobreza.

·       A participação social na elaboração dos programas de governo, dando protagonismo ao cidadão e à família nas escolhas de “como”, “onde” e “em que condições”. 

·       A ideia de um revogaço das normas e decretos, infralegais, nas áreas do armamentismo e do meio ambiente é excelente. Mas não é o suficiente. Já há um exército civil armado no Brasil, com mais armas do que as polícias militares. Eles já se aproveitaram de tudo o que permanecerá em vigor até o ano que vem. É preciso desarmar o país!

·       Na área de energia: continuar ou não subsidiando os combustíveis? Custa R$ 52 bilhões a isenção de impostos federais.

·       Na expansão da energia será preciso resistir à tentação de construir grandes hidrelétricas na Amazônia. Aliás, na área ambiental, o crime cresceu, se fortaleceu, se armou e criou rede. 

·       Semear e plantar colheitas futuras.

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