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“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

domingo, 30 de outubro de 2022

Ansiedade antecipatória

 Nosso organismo responde igualmente a uma ameaça real ou imaginária.

Quem nunca ficou com o coração na boca às vésperas de um evento tão esperado? As emoções intensas “de uma final”, tais como: angústia, estresse, irritação, dificuldades para dormir e se concentrar nas tarefas do dia a dia, podem trazer riscos ao organismo – é o quadro de “ansiedade antecipatória”.

A ansiedade antecipatória está associada a uma sensação de incerteza e falta de controle sobre um evento ou situação futura. Ou seja, faz com que a pessoa se sinta mal no presente, pensando em algo que pode acontecer no futuro. Isso acontece porque, em geral, pessoas com ansiedade antecipatória tendem a pensar nos piores cenários em relação ao futuro.

“A sensação de certeza e controle é importante para o bem-estar psicológico de seres humanos, e isso tem uma explicação evolutiva. Era importante que nossos ancestrais sentissem angústia quando confrontados com a incerteza sobre sua próxima refeição, por exemplo, ou com a falta de domínio sobre a segurança, já que desses fatores dependia a própria sobrevivência. O problema é que nosso organismo responde igualmente a uma ameaça real ou imaginária” (Anna Lucia Spear King, psicóloga).

Isso significa que trouxemos dos nossos antepassados para o mundo contemporâneo a herança de alterações neuro-hormonais, que visam preparar o organismo para aquele perigo que está por vir. É a chamada reação de luta ou fuga. Qual o problema disso? Imediatamente, o cérebro entende isso como uma ameaça, e o mero pensamento do desdobramento desfavorável daquela situação desencadeia uma resposta fisiológica. Há um aumento do nível de substâncias como o cortisol, que é conhecido como o hormônio do estresse, e dos neurotransmissores adrenalina e noradrenalina. Tudo isso pode provocar alteração da pressão arterial, irritação, angústia, dificuldade de concentração, insônia, hiperventilação, dor no peito, tensão muscular, ruminação, tensão, hipervigilância, falta de ar, batimentos acelerados, dor de cabeça, fadiga, sudorese, dor de estômago, micção frequente ou diarreia, alteração da frequência cardíaca, da temperatura corporal, da abertura da pupila e do aumento do fluxo de sangue nos músculos. E é essa resposta fisiológica que desencadeia o estado de apreensão e todos os sintomas físicos e mentais sentidos pela pessoa com “ansiedade antecipatória”.

Bem, como lidar com isso? Como controlar essa sensação e conseguir desempenhar as tarefas cotidianas até o horário da fatídica decisão? Realizando atividades que liberem energia, tais como: exercícios físicos e práticas que ajudem a viver o presente, como meditação e técnicas de respiração. Também a leitura ou o próprio trabalho. Elas são eficazes porque ajudam a liberar ou drenar a energia para outras atividades. Igualmente, deve-se evitar substâncias que potencializem os estímulos já radicais, como café, energéticos e chás, ou os que ajudam a aliviar a tensão, mas que são prejudiciais, como álcool, cigarro, drogas.

Porém, nada se compara ao grande dia ou momento da explosão. Se antes a emoção já estava à flor da pele, durante o evento ela extravasa. O coração bate tão forte que parece prestes a sair pela boca. O que acontece? Impossível ficar sentado ou parado, gritos, palavrões... Isso ocorre porque ajuda a aliviar a tensão. O sistema cardiovascular é o mais afetado nos momentos de ansiedade, angústia e estresse prolongados. Inclusive pode acarretar em incidência de emergências cardíacas – infarto, angina e arritmia.

“A ansiedade e o estresse causam vasoconstrição, aumento da frequência cardíaca e geram sobrecarga no sistema cardiovascular. Isso pode representar um risco, em especial para pessoas com idade mais avançada e doenças prévias” (Leandro Echenique, cardiologista).

Embora viver emoções fortes possa ser uma fonte de “estresse emocional intenso” que pode aumentar temporariamente os marcadores de inflamação e constrição dos vasos sanguíneos, essa também é uma atividade extremamente prazerosa. Há também aí emoção positiva que aciona a liberação de neurotransmissores associados à felicidade e ao prazer, como dopamina e serotonina. É por isso que nos divertimos tanto numa final esportiva, num show de calouros ou assistindo a um bom filme. Logo, há várias atividades que estão associadas a algum risco, mas ao mesmo tempo também são importantes para a qualidade de vida, como ver esporte, fazer exercício físico e sexo. Não dar para evitar todos esses gatilhos porque equivaleria evitar a própria vida. Assim, o segredo é ter moderação e controle.

Enfim, você controla suas emoções ou são suas emoções que controlam você? Afetos no ponto certo são uma maravilha, mas seu excesso ou falta é prejudicial para o coração. Então, cuidado! Esse aperto no peito pode ser espetacular ou fatal! 

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