A decisão será dos voláteis.
A decisão do 2º turno presidencial será dos indecisos (5% sem preferência) e dos traidores (6% não convictos) = 11%. Há também as abstenções (20,95% no 1º turno). Aqueles que ainda não escolheram seu candidato ou aqueles que podem mudar de lado é que decidirão o futuro líder da nação. Um contingente de 17,16 milhões de eleitores (Bolsonaro precisa conquistar 6,2 milhões deles ou 1 a cada 3). Segundo algumas estatísticas, se a abstenção chegar a 24%, Bozo também tem boas chances de se eleger.
Poderíamos comparar essas Eleições Polarizadas 2022 com um racha agressivo de torcidas organizadas de futebol ou com o clima belicoso dos antigos coliseus romanos. Mas, elas estão sendo incomparáveis tamanha é a imprevisibilidade.
A indecisão não é um mal em si. Ruim é essa gritaria vã, cozida num caldeirão de tolices aquecido pela guerra religiosa e pelas fake news. A estridência é o pior dos caminhos, desnecessária fervura que mais afasta do que agrega. Porém, entre todos os fatores que podem influenciar a escolha dos “voláteis”, só um tem data marcada: o debate na TV Globo, no dia 28, na sexta-feira anterior ao voto.
Enfim, quem ainda não sabe se tecla 22 ou 13 ou os que podem pular de lado definirão o pleito. É o eleitor indeciso quem decidirá.
Perfil desse grupo:
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É primordialmente feminino (mulheres acima de 45 anos) e pouco
engajado politicamente.
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Não costuma pautar suas decisões no discurso ideológico, e sim em
questões práticas da vida cotidiana.
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A divergência que mais se ressalta entre eles é a presença maciça
de evangélicos entre os não convictos – o que explica a batalha religiosa dos
últimos dias e sugere uma vantagem para Bolsonaro.
·
O que mais os preocupa é a economia e a fome, miséria e desemprego.
Logo, o bolso ganha disparado, mais do que na média da população em geral, onde
a vulnerabilidade econômica também bate forte.
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Eles se concentram primordialmente na Região Sudeste (SP, RJ e MG),
têm renda familiar de até 5 salários mínimos, são de ambos os gêneros e de
faixas etárias diversas.
· “Nenhuma campanha que pretenda sair vitoriosa pode desprezar ele eleitorado. Aliás, tem, isto sim, de mirar nele”.
Estratégias das campanhas para atraí-lo:
·
Voto volátil se define por novidade. Alguma coisa está guardada na
manga, porque pauladas na “corrupção” (antipetismo) e na “má gestão da pandemia”
(antibolsonarismo) já demonstram sinais de cansaço.
·
Ciscar o território alheio, sempre lembrando pacotes de bondades
para atrair eleitores.
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“Nunca em uma eleição presidencial um candidato invadiu tanto a
agenda do outro”. O objetivo é abocanhar nacos do eleitorado do adversário,
tudo do jeito que for preciso.
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As campanhas sinalizam que, no próximo embate, haverá temperatura
elevada e chumbo grosso, sempre com o objetivo de influir no julgamento de quem
ainda não sabe em quem vai votar.
Particularidades desse pleito:
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São dois polos muito intensos, capazes de mover paixões e
multidões.
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Uma percepção de que é preciso criar fatos novos o tempo todo,
estragar a imagem um do outro, garantir superioridade e fidelizar os eleitores
já marcados.
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Grupos monitorados acham que Bolsonaro “não tem propostas” e que
Lula “se rende muito ao passado”.
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O que expõe a mais gritante particularidade deste pleito: a
decisão, de fato, dependerá de quem reluta em decidir.
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