Ela se alimenta de inovação disruptiva... Indústria 4.0!
O próximo século nos traz
o desafio de reconstruir o Brasil. Mas, que país nós queremos? Precisamos
tornar o Brasil uma nação bem educada, economicamente próspera, socialmente
justa, politicamente democrática, tecnologicamente avançada e ambientalmente
sustentável.
Pouca gente sacou que estamos passando por uma intensa formatação dos processos de produção. A indústria sempre desempenhou papel de grande relevância nas transformações ocorridas na sociedade brasileira, especialmente no desenvolvimento econômico, social e tecnológico do país.
Desde a importância dos engenhos de açúcar para a economia do Brasil colonial e das pequenas fábricas instaladas por imigrantes ainda no período imperial, passando pelo ciclo de industrialização que se iniciou após o advento da República e alcançou seu ápice na década de 1950, com a chegada da indústria automobilística ao país, até os dias de hoje, com a incorporação de tecnologias disruptivas (desestabiliza o velho e seus concorrentes e cria um novo mercado) e a digitalização dos processos de produção que caracterizam a Quarta Revolução Industrial.
Essa IV Revolução Industrial é baseada na “destruição criativa” no atual mundo dos negócios. É feita de um produto ou serviço que cria um novo mercado e desestabiliza os concorrentes que antes o dominavam. Para compreendê-la é preciso entender que o capitalismo funciona em ciclos, e cada nova revolução (industrial ou tecnológica) destrói a anterior e toma seu mercado – um moderno radical. Assim, usa muita tecnologia e inovação, sobretudo a Inteligência Artificial.
Para entender melhor, vejamos alguns exemplos
clássicos:
A)
PCs substituindo os
antigos computadores mainframe; telefones celulares roubando o lugar dos fixos;
B)
A
Wikipédia, que sabotou milhares de
vendedores de enciclopédia e serviços pagos de enciclopédias online;
C)
O
Airbnb, que tira do sério
associações hoteleiras;
D)
Aplicativos
como Easy Taxi e 99Taxis, que tomaram o lugar das
empresas de rádio-taxi;
E)
Serviços
como o Netflix, que jogaram para a
irrelevância as video-locadoras;
F)
O
Google, que fez milhões de pessoas
esquecerem que precisavam de listas telefônicas.
G) Etc...
Como toda criatura, tem seu lado bom e mau.
1. O lado bom: se for numa pegada de “inovações sustentáveis” não chegam a criar um novo mercado e concorrem com outras empresas de forma mais tradicional. Ou, para que os pioneiros não fiquem vulneráveis, a única saída seria fazer auto-disrupção. Um exemplo: a própria HP investindo em linhas de PCs populares antes que a Lenovo o faça. Quando uma empresa lança uma tecnologia mais barata, acessível e eficiente, mirando margens de lucros menores, cria uma revolução. Deixa obsoleto quem antes era líder de mercado. Começa como algo mais simples, prático, alternativo para um público modesto e depois abocanha todo o segmento. Outro ponto é que as inovações disruptivas dão mais informação e poder de escolha ao consumidor, facilitam processos e barateiam produtos, que assim se tornam acessíveis a mais gente. “Uma inovação disruptiva dá a novos consumidores acesso a produtos historicamente apenas disponíveis para consumidores com muito dinheiro ou habilidades” (Marc Andreessen, empreendedor e investidor famoso do Vale do Silício).
2. O lado mau: Costuma irritar um bocado de gente, pois um negócio assim geralmente provoca demissão de milhões de pessoas, falência de empresas ou pelo menos quedas repentinas no lucro que forçam concorrentes a mudar de rumos.
É fundamental que se busque o fortalecimento da indústria nacional – o que requer ações robustas e simultâneas, em duas frentes. 1ª) a superação dos antigos obstáculos que elevam os custos das empresas e afugentam investimentos, como o sistema tributário complexo, oneroso e cumulativo, a infraestrutura precária, a insegurança jurídica e a baixa qualidade da educação; 2ª) a adoção de uma política industrial moderna, com visão de longo prazo, que promova a produtividade e a inovação, alinhadas às melhores práticas internacionais, e permita às indústrias brasileiras se integrarem às cadeias globais de valor.
Enfim, nessa IV Revolução Industrial precisamos reafirmar o nosso compromisso com o desenvolvimento econômico, social e tecnológico do país, de forma ambientalmente sustentável. É fazendo o “dever de casa” que o Brasil voltará a se reconfigurar entre as nações mais desenvolvidas do planeta, em um futuro não muito distante – um futuro que traga mais renda, qualidade de vida e bem-estar para toda a população. Afinal, em pleno século XXI, é fundamental que se busque o fortalecimento da indústria nacional, pois não existe país forte sem uma indústria forte.
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