Até agora o fenômeno político mais subestimado da campanha é o antipetismo. O bicho está vivo, forte e encravado ou enraizado na alma das pessoas. Não é pouca gente associando o mal ao PT. Varreram outra vez todo o ódio represado no ser humano pra cima do PT. E isso está posto de duas maneiras: a violência política atiçada nas pessoas sobre o partido e a forma espantosa, fleumática e convicta com que governadores, prefeitos, dirigentes de partidos do agora quase extinto centro político e até aqueles cuja reputação foi enxovalhada pelo gabinete do ódio correram para apoiar Bolsonaro. A votação expressiva em Bolsonaro mostra que ainda há uma intolerância ao petismo latente na sociedade, que começou a ser acordada e pode ser revitalizada à custa de Fake News, máquina pública usada sem escrúpulos e economia em recuperação.
Alguns sinais evidentes disso:
1.
Divisão do mapa do Brasil entre
Norte e Sul;
2.
Eleição de um Congresso que manca
para a direita;
3.
Uma elite empresarial que não
aceita um novo comando político sem sinalização de como será a condução da
economia (desejosa de atrair o setor produtivo).
Assim, três grandes desafios estão postos no caminho:
A)
Vencer em 30 de outubro;
B)
Governar com um Congresso em que as
forças da esquerda não têm nem cheiro de maioria;
C)
Enfrentar o ácido antipetismo
existente na entranha social. Tão forte que, apenas apontar os riscos que
Bolsonaro representa à democracia não será suficiente para superá-lo. Tão
devastador que é, ele é capaz de relevar as 686 mil mortes na pandemia e as ameaças
reiteradas pelo presidente de “enquadrar” Poderes e de não reconhecer o
resultado das eleições. Incrivelmente, houve uma diluição do horror aos riscos
que Bolsonaro traz ao país.
Onde está esse “antipetismo”?
Ora, muitos dizem não tolerar a corrupção, mas relevam rachadinha, releva
compra de imóveis em dinheiro vivo, dinheiro em pneu para pastores lobistas e o
que mais vier. Então existe outra coisa que leva boa parte do país ter memória
recente mais curta que a remota. Não é o enjoo pela corrupção, mas o escárnio
pelo PT. O “antipetismo” pulsa!
Enfim, não existe “lado
bom” e “lado ruim”. Tem muito brasileiro que está do lado do mais forte. Se
Bolsonaro se reeleger a galera esquecerá dos ataques à democracia, da condução
negacionista da pandemia, do confronto com os estados, dos protocolos
sanitários, da cloroquina e tudo mais. Enfim, se o antipetismo for alimentado, sobreviverá o mais forte. Morte
que segue!
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