Por que há divergências dos resultados de levantamentos eleitorais dos Institutos de Pesquisa?
Hipóteses:·
Possível
migração de votos.
·
Relação
tensa entre os pesquisadores e os eleitores conservadores;
·
Malandragem
dos/nos institutos: subestimaram de propósito os eleitores de Jair Bolsonaro e
superestimaram os de Lula, pegando a nação inteira de saia justa.
·
Pesquisas
não são prognósticos nem projeções. São levantamentos científicos a respeito da
intenção do eleitor num momento específico. Ou seja, até onde elas puderam ir,
foram! Afinal, os eleitores mudam de ideia até a hora de digitar os números na
urna.
·
Imagem
feliz: “compare a intenção de voto na pesquisa e o voto nas urnas, seria como
comparar bananas com maçãs, ou melhor, uma banana verde com essa mesma banana
já madura”. Sacou?!
·
Pesquisas
eleitorais divulgadas em véspera de eleição são tão previsíveis do resultado
das urnas como são os movimentos dos astros e das marés.
·
As
próprias pesquisas influenciam a decisão do eleitor, pelo mecanismo conhecido
como “voto estratégico” ou “voto útil”. Foi aparentemente esse movimento que
levou muitos a escolher Bolsonaro de última hora já no primeiro turno, para
tentar evitar uma vitória de Lula que os números davam como possível. Nas
eleições estaduais, por exemplo, grandes contingentes de indecisos também de
definiram na última hora.
·
Há,
sim, limitações metodológicas. O voto em Lula concentra-se em segmentos demográficos
de menor renda e escolaridade. Quando a amostra da pesquisa tem maior proporção
desses eleitores que a população, tende a superestimar o apoio a Lula. Além
disso, esse eleitorado é mais propenso a abster-se no dia da votação, num
movimento desfavorável a Lula. E os institutos ainda não lidam de modo
satisfatório com a abstenção num país onde o voto é obrigatório.
· Há eleitores invisíveis às pesquisas – seja porque não são alcançados pelo método de sondagem (telefônica ou presencial), seja porque se recusam a responder. Os institutos dispõem de técnicas para avaliar a recalcitrância e negam haver voto envergonhado em Bolsonaro. Mesmo assim, se algum grupo de eleitores ficar invisível à amostragem, será invisível também à “margem de erro”, calculada supondo uma amostra fiel da população. Por isso o efeito da não resposta preocupa os estatísticos no mundo todo – e só tende a crescer com os ataques bolsonaristas a pesquisas e pesquisadores.
Enfim, os
institutos não podem ser avaliados com base nas urnas. Nem com palavras de “erro”
ou “acerto” em relação a pesquisas eleitorais que sondam uma intenção
momentânea de voto do eleitor. Fazer isso é só revelar a própria ignorância
sobre o tema. Entretanto, isso não significa que eles não devam explicações
sobre seus métodos. Dada a atenção dispensada às pesquisas na campanha, é
essencial que forneçam hipóteses plausíveis para o movimento do eleitorado e
encarem, com transparência, suas próprias limitações.
Nenhum comentário:
Postar um comentário