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São Francisco do Conde, Bahia, Brazil
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"Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber" (Art. 205 da Constituição de 1988).

Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

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quarta-feira, 5 de outubro de 2022

Divergência de Resultados.

 Por que há divergências dos resultados de levantamentos eleitorais dos Institutos de Pesquisa?

Hipóteses:

·       Possível migração de votos.

·       Relação tensa entre os pesquisadores e os eleitores conservadores;

·       Malandragem dos/nos institutos: subestimaram de propósito os eleitores de Jair Bolsonaro e superestimaram os de Lula, pegando a nação inteira de saia justa.

·       Pesquisas não são prognósticos nem projeções. São levantamentos científicos a respeito da intenção do eleitor num momento específico. Ou seja, até onde elas puderam ir, foram! Afinal, os eleitores mudam de ideia até a hora de digitar os números na urna.

·       Imagem feliz: “compare a intenção de voto na pesquisa e o voto nas urnas, seria como comparar bananas com maçãs, ou melhor, uma banana verde com essa mesma banana já madura”. Sacou?!

·       Pesquisas eleitorais divulgadas em véspera de eleição são tão previsíveis do resultado das urnas como são os movimentos dos astros e das marés.

·       As próprias pesquisas influenciam a decisão do eleitor, pelo mecanismo conhecido como “voto estratégico” ou “voto útil”. Foi aparentemente esse movimento que levou muitos a escolher Bolsonaro de última hora já no primeiro turno, para tentar evitar uma vitória de Lula que os números davam como possível. Nas eleições estaduais, por exemplo, grandes contingentes de indecisos também de definiram na última hora.

·       Há, sim, limitações metodológicas. O voto em Lula concentra-se em segmentos demográficos de menor renda e escolaridade. Quando a amostra da pesquisa tem maior proporção desses eleitores que a população, tende a superestimar o apoio a Lula. Além disso, esse eleitorado é mais propenso a abster-se no dia da votação, num movimento desfavorável a Lula. E os institutos ainda não lidam de modo satisfatório com a abstenção num país onde o voto é obrigatório.

·       Há eleitores invisíveis às pesquisas – seja porque não são alcançados pelo método de sondagem (telefônica ou presencial), seja porque se recusam a responder. Os institutos dispõem de técnicas para avaliar a recalcitrância e negam haver voto envergonhado em Bolsonaro. Mesmo assim, se algum grupo de eleitores ficar invisível à amostragem, será invisível também à “margem de erro”, calculada supondo uma amostra fiel da população. Por isso o efeito da não resposta preocupa os estatísticos no mundo todo – e só tende a crescer com os ataques bolsonaristas a pesquisas e pesquisadores.

Enfim, os institutos não podem ser avaliados com base nas urnas. Nem com palavras de “erro” ou “acerto” em relação a pesquisas eleitorais que sondam uma intenção momentânea de voto do eleitor. Fazer isso é só revelar a própria ignorância sobre o tema. Entretanto, isso não significa que eles não devam explicações sobre seus métodos. Dada a atenção dispensada às pesquisas na campanha, é essencial que forneçam hipóteses plausíveis para o movimento do eleitorado e encarem, com transparência, suas próprias limitações. 

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