Diferenças sobre o papel da estatal nas propostas de Lula x Bolsonaro
As visões para o futuro da Petrobras
Bolsonaro |
Lula |
1.
Tamanho
da estatal: - manter a venda de ativos (como
refinarias) e até uma possível privatização da empresa; - na lista vendida está a
BR Distribuidora, que mudou o nome para Vibra, além de refinarias e campos de
exploração. - O Governo já tem pronto um projeto para privatizar a
empresa, que precisa ser enviado ao Congresso e aprovado por Deputados e
Senadores para seguir adiante (um processo que levaria pelo menos 4 anos). 2.
Visão
estratégica de refino: - foi durante a atual
gestão que a companhia começou o processo de venda do parque de refino,
visando a aumentar a concorrência no mercado. 3.
Produção
de óleo: - também foi o governo
Bolsonaro que vendeu a BR Distribuidora. - quer manter foco na
exploração e produção de petróleo. 4.
Ampliação
da atuação da empresa para o setor elétrico: - não tem planos públicos
voltados para energia renovável. - paira a incerteza sobre
como ficará o setor de petróleo na área de exploração e produção, refino,
varejo e transição energética. - Enquanto o papel da
Petrobras precisa ser integrado ao cenário de energia como um todo, levando
em conta a forma como a estatal vai participar do avanço das fontes
renováveis e se vai investir na área nos próximos anos, o Governo atual não
aponta essa direção/indicação. Por isso, a empresa vem hoje investindo em
projetos “secundários”, de baixa emissão de carbono. 5.
Política
de preços dos combustíveis: - Não diz exatamente o que
pretende fazer com os preços da estatal. - Defendia os preços livres
no setor, mas mudou o comando da estatal por três vezes nos últimos dois anos
justamente por não concordar com os aumentos da gasolina e do diesel. - Na véspera do segundo
turno, tem pressionado a petroleira a segurar reajustes. Ou seja, faz uso
político da estatal para benefício próprio. - Na área técnica tem
acompanhado os preços internacionais em alta após o corte de produção
anunciada pela Opep+, cartel que reúne os maiores produtores do mundo. |
1.
Tamanho
da estatal: - interromper ao menos
temporariamente a venda de ativos como refinarias - fazer parcerias com o
setor privado para ampliar a atuação da estatal - dizem descartar a
possibilidade de reestatização (não retomar nada à força nem recomprar
exatamente o que se tinha). - será feita uma reavaliação
sobre a venda de ativos, o que pode significar uma mudança na lista de
empreendimentos à venda. 2.
Visão
estratégica de refino: - é necessário que a
Petrobras tenha uma visão de longo prazo. - a empresa precisa ficar
mais próxima do consumidor final. - ampliação do parque de
refino, mas sem necessariamente construir novas unidades. Poderia haver
aumento de capacidade de produção. 3.
Produção
de óleo: - ampliar a capacidade de
produção de derivados; - formar parcerias, mesmo
minoritárias, para explorar áreas como o Margem Equatorial. 4.
Ampliação
da atuação da empresa para o setor elétrico: - transformar a companhia em
uma empresa de energia, não só de petróleo (ordenhadeira de pré-sal); é
preciso falar em energia renovável, transição energética, hidrogênio verde,
aprimoramento de sua petroquímica e biocombustíveis. - produzir energia eólica no
mar (offshore), diante da expertise da empresa nos oceanos. - fazer parcerias para novas
fronteiras, como a Margem Equatorial (B.R. e M.V). 5.
Política
de preços dos combustíveis: - o PT tem um plano para
muda a política de preços da estatal que equipara os valores do mercado
doméstico ao dólar e ao custo do barril de petróleo. - ele propõe a criação de
uma espécie de “preço de referência” para a Petrobras e demais petroleiras, a
partir do qual seria definido o preço dos combustíveis. Esse valor poderia
considerar, por exemplo, componentes de combustível, margens de refino,
distribuição e margens de revenda. |
Pontos
Comuns: · Há críticas à
política de preços da estatal, que equipara os valores do mercado doméstico
ao dólar e ao custo do barril de petróleo. · Não é factível
outra solução que não a da paridade internacional (de preços). · Tendem a ter a
ideia de tentar segurar o preço do combustível para segurar a inflação. · Paira a
incerteza sobre como ficará o setor de petróleo em exploração e produção, refino,
varejo e transição energética. · Ainda não há
número fechado de investimento. O plano atual, de 2022 a 2026, prevê US$ 68
bilhões. · A estatal vai
seguir com as diretrizes atuais, investindo no pré-sal e em novas áreas como
a chamada Margem Equatorial, no litoral entre as regiões Norte e Nordeste, do
Amazonas ao Rio Grande do Norte, e a Bacia de Sergipe-Alagoas. · Espera iniciar
a perfuração do primeiro poço na Bacia Foz do Amazonas assim que receber o
aval do Ibama, que ainda não saiu. A região é considerada área sensível do
ponto de vista ambiental. · Ambos buscam
limitar o repasse da flutuação nas cotações do barril para os preços de
gasolina e diesel. O Mercado não gosta disso, porque segurar preços é fator
que restringe a atração de investimentos privados, dificultando a criação de
um mercado privado efetivo no setor de óleo e gás. · O
Mercado contra-ataca: “Quando a Petrobras mantém seus preços abaixo dos de
mercado, está praticando dumping. Se mantém preço elevado, perde mercado e
prejudica acionistas. Por isso não é factível outra solução que a da paridade
internacional”. |
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