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"Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber" (Art. 205 da Constituição de 1988).

Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

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domingo, 7 de agosto de 2022

Maré Rosa

O avanço da Esquerda na América Latina.

“Maré Rosa” é uma expressão criada pela esquerda para definir a ascensão em série de seus líderes na América Latina nos últimos anos. A expressão ganha cor e sentido no mapa.

A esquerda já guia 12 dos 20 países da região (que representam 60% do PIB total), incluindo as 6 maiores economias. Com Lula vitorioso nas eleições, o número subirá para 13. Isso mostra o crescente apoio às bandeiras sociais e a rejeição das políticas pró-mercado implementadas por governos depredadores.

·       O Programa de Lula dá destaque à cooperação entre países da América Latina e da África (que foi a tônica de sua política externa quando presidente).

Inclusive, essa guinada se explica por um profundo sentimento de decepção e desencanto com governos de direita que controlaram a região. Com falsas promessas de melhorar a vida do povo, a direita imperialista só tem aprofundado a fome, esfacelado as instituições públicas e o sistema jurídico, relativizado as leis em prol do mercado, transferido recursos públicos para o setor privado, arrombando as contas públicas, privatizados direitos e garantias fundamentais e aprofundado as desigualdades sociais. Isso só tem gerado mais desemprego, inflação e juros altos, queda da renda para os mais vulneráveis e centralização da riqueza em pequenos círculos fechados da elite (estagflação, a combinação perversa de inflação alta com estagnação econômica). Ou seja, só tem machucado com força uma região já altamente castigada pela pandemia do coronavírus. Com baixíssimos índices de confiança em relação ao sistema, duvidando dos aparatos midiáticos que manipulam a opinião pública e um tremendo mal-estar sanitário, social e ambiental, eleitores pródigos insatisfeitos, desalentados e frustrados retomam em massa à esperança de suas bases de origem – daí a “Maré Rosa”.

A economia dos países latino-americanos sempre foi relegada pelas grandes potências à condição de exportadores de matéria-prima (tanto, mas tanto, que os países latino-americanos estão entre os maiores exportadores de commodities do planeta!). Os mais vulneráveis e a baixa classe média desses países têm morrido de trabalhar para apenas sobreviver, abastecendo os grandes e tóxicos mercados econômicos mundiais. Com uma política de mercado ditando as regras nas economias locais, esses países têm buscado nas políticas públicas o caminho para superar a desigualdade. Foi assim que a classe média ganhou algum impulso na escala social, quando viu seus filhos ocuparem os bancos escolares do ensino superior, melhorar na renda e ter mais acesso ao consumo.

Acontece que as coisas não estão fáceis. A direita no poder cuidou para que o futuro não fosse favorável, abalado pelas dívidas públicas dos governos que mal conseguem pagar seus juros exorbitantes. Embora persista uma alta do preços das commodities produzidas e exportadas por nós, a região está tremendamente fragilizada. A acumulação de riquezas pelas elites, a digitalização da economia, os desafios sanitários trazidos pela pandemia, a perda de direitos trabalhistas, o salto da inflação e dos juros em todo o mundo, as tensões do Ocidente sobre o Oriente com as provocações da OTAN na Ucrânia e dos EUA com a China, o desequilíbrio climático que potencializa os problemas sociais, sobretudo para os mais pobres... Tudo tem trazido nuvens carregadas que pairam sobre a economia latino-americana.  

Com governos de centro-esquerda, esquerda e esquerda mais marcante, o regime e as lideranças desses países costumam ser rotulados e estigmatizados pela intolerância da direita, que os acusa de intervencionismo estatal na economia, baixo nível de renda da população e o alto grau de corrupção no setor público. Porém, é uma tentativa de varrer a sujeira deles para debaixo de nosso tapete.

Enfim, é só acompanhar com lupa os acontecimentos do governo de extrema-direita de Bolsonaro aqui no Brasil e sentir a queda na renda, a atrofia dos serviços públicos, os retrocessos democráticos e a condenação ao atraso com gigantescas perdas sociais, econômicas, ambientais e políticas que tivemos nesses duros e arrastados (quase) 4 anos.

Mais exportações do que importações.

Com a retomada da economia no pós-pandemia, as vendas do Brasil a países vizinhos da América do Sul dispararam (superávit)! No ano passado (2021) o Brasil exportou US$ 33,9 bilhões para os países sul-americanos e as vendas neste ano (2022) poderão chegar a US$ 41 bilhões (+21%)!!! O principal produto das exportações são ‘commodities’, manufaturados – automóveis, máquinas, equipamentos e alimentos.

Mas, o país também importa. 85% das importações é da indústria de transformação, e se concentram nas matérias-primas: trigo (da Argentina), cobre (do Chile), eletricidade (do Paraguai, da usina hidrelétrica binacional de Itaipu) e gás natural (da Bolívia).

Assim como o Brasil, os países vizinhos são, primordialmente, exportadores de matérias-primas também! Isso torna clara nossa posição de “quintal produtivo” dos países industrializados. 



Qual a diferença entre América Latina e América do Sul?

·       América Latina: termo usado aos países que falam o idioma derivado do latim. Territórios que falam idiomas não-latinos não fazem parte. 

A região engloba 20 países: 

Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, El Salvador, Guatemala, Haiti, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Uruguai e Venezuela.




·       América do Sul: São 13 os Países da América do Sul: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, França (Guiana Francesa), Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela.



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