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São Francisco do Conde, Bahia, Brazil
Professor, (psico)pedagogo, coordenador pedagógico escolar e Especialista em Educação.
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"Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber" (Art. 205 da Constituição de 1988).

Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

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terça-feira, 2 de agosto de 2022

A reconstrução do consenso democrático no Brasil

 

·       Alguns dos elementos que formam o que chamamos de democracia:

- ter direitos fundamentais garantidos

- acesso à justiça

- defender uma ideia

- escolher representantes por meio do voto - num processo em que há respeito à supremacia da maioria da população

- a existência de uma imprensa livre com poder de fiscalizar o Estado

- o respeito às liberdades civis

- a pluralidade de partidos políticos

- o combate à corrupção

- a coexistência de diferentes ideologias

- a coexistência de diferentes ideologias

- a possibilidade de livre oposição, o que permite a avaliação popular dos governos e alternância de poder.

- Significa aceitar o processo eleitoral

- a igualdade perante a lei

- significa dizer que a política não deve ser marcada pela violência

·       Como fortalecer a democracia?

- tem que saber jogar. E isso se ensina e se aprende. Garantir educação para a política e espaços de participação popular, para além do voto, é uma forma de avançar o grau da democracia num país.

- com a participação em conselhos de atuação junto ao Executivo e Legislativo, como os conselhos participativos municipais, e qualquer outro espaço de debate em que se possa pensar sobre questões da vida em sociedade, e como resolver seus problemas mais agudos.

- A inclusão de diferentes grupos sociais no debate público está radicalmente atrelada ao aumento da sensação de que se é melhor representado pelos seus líderes. Mas até hoje no Brasil, por exemplo, a representação das mulheres na política é uma das menores do mundo. O mesmo vale para a população negra, indígenas e LGBTQI+.

- O Brasil foi a democracia que mais entrou em declínio no mundo em 2020, segundo o Relatório Global do Estado da Democracia, publicado em 2021 pelo IDEA.

- A gente precisa voltar para uma normalidade em que não tenhamos preocupações em relação à sobrevivência da democracia, porque um país que faz carta em defesa da Democracia é um país que está com problemas democráticos. É preciso voltar aos trilhos, em que oposições e partidos se comportam como tal e, a partir disso, conseguiremos sanar problemas econômicos e sociais.

- através de manifestos lançados com apoio de entidades empresariais, sindicais e profissionais em defesa da democracia e de suas instituições, com visão coletiva, institucional e suprapartidária.

- despertando a sociedade civil para questões atinentes à liberdade, aos ritos eleitorais e contra quaisquer tentativas de perturbação da ordem pública. 

·       Como a Democracia entra em declínio?

- As desconfianças sobre a validade do processo eleitoral

- constantes conflitos com o Judiciário

- experimenta o enfraquecimento das liberdades civis,

- ataques às instituições e ao processo eleitoral

- diminuição das associações entre indivíduos

- diminuição dos mecanismos de monitoramento das ações de governo, um papel da imprensa, por exemplo

- fazer uma política baseada na distinção entre amigos (sempre sendo variáveis ao sabor das circunstâncias) e inimigos (invariância);

- investindo numa volatilidade de alianças, sem nenhum princípio fundado em ideias ou valores morais, ausente qualquer noção de lealdade;

- subornando, traindo, manipulando, impondo e comprando. Comprando o Legislativo, sobretudo a Câmara dos Deputados, via orçamento secreto, e outros tipos de emenda, num sequestro flagrante dos recursos públicos e das funções legislativas;

- mais do que retórica ocasional, uma política que tem o ódio e a morte como alicerces (sentimentos morais e compaixão não se fazem presentes);

- qualquer crítica ou dissidência devem ser sufocadas;

- não se presta à escuta e ao diálogo visando ao bem comum;

- o autoritarismo é o cerne e a democracia o inimigo a ser aniquilado;

- disputa de ideias e de concepções, segundo regras estabelecidas, reconhecidas e respeitadas por todos, cede lugar ao questionamento das próprias regras que tornam a disputa possível (e aí, automaticamente, você assume uma posição antidemocrática e liberticida), nada reconhecendo senão o seu arbítrio e o seu próprio projeto de poder;

- esvaziando a palavra democracia, contando unicamente o atendimento ou não de sua vontade (se ela é atendida, considera a medida democrática; se não o for, é coisa de “comunista” ou outra invenção);

- se ganhar, foi democrático; se perder, foi fraudulento.

- chamando representantes de outros países para falar mal do seu próprio país; 

 

Uma apuração histórica mostra que foi durante o regime democrático (e não em outro) que se alcancou importantes conquistas, como acesso universal à saúde (o SUS) e aumento nos níveis de escolaridade (embora ainda muito tímidos).

Um marco importante no processo eleitoral brasileiro foi a criação da urna eletrônica em 1996. O objetivo era eliminar fraudes, comuns no antigo sistema de papel, e o novo sistema tornou o Brasil a maior eleição informatizada no mundo.

“É um problema para a democracia quando você contesta, sem fundamento e sem justificativas críveis, o processo eleitoral. Você gera desconfiança, insegurança, você abala a competição”.

Para se materializar, um golpe precisaria: 1) do apoio da sociedade; 2) do suporte internacional; 3) da participação dos militares. 

Tem que saber jogar. E isso se ensina e se aprende. Garantir educação para a política e espaços de participação popular, para além do voto, é uma forma de avançar o grau da democracia num país. Enfim, um não fica feliz com a derrota, mas sai do jogo temporariamente, é isso, é assim que as democracias funcionam.

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