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São Francisco do Conde, Bahia, Brazil
Professor, (psico)pedagogo, coordenador pedagógico escolar e Especialista em Educação.
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"Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber" (Art. 205 da Constituição de 1988).

Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

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domingo, 14 de agosto de 2022

1 Eleição, 6 Perguntas...

6 Perguntas sobre temas que podem ajudar a definir as Eleições.

Eleições 2022 – polarizada, inédita, carismática, de ânimos acirrados, clima hostil e antagônica... Elas prometem sacudir o Brasil e o exterior. O que vai surpreender?

·       Aposta na rejeição e nos votos envergonhados?

·       A influência da desinformação e de líderes religiosos na decisão do voto?

·       Uma terceira via nacional?

·       A polarização nacional vai prevalecer? 

·       A propaganda política na TV e Rádio impactará?

·       E a força da internet e suas Lives e canais?

Assim, especialistas em opinião pública, ciência política, estatística e filosofia se debruçaram sobre os 6 possíveis principais pontos de interrogação, em busca de respostas. Elas estarão nos estudos acadêmicos, nos papos de botequim da esquina, nas conversas em casa ou nos grupos de Zapzap...

Há 3 principais vetores de composição do voto:

1.     Representatividade: a pessoa se sente parte de um grupo;

2.     Valores: nas eleições passadas tiveram um peso exuberante;

3.     Avaliação do político: com gestor, que, este ano, é o vetor com maior peso. 


O que vai mover a Opinião Pública?

O Auxílio Brasil vai transferir eleitores de um lado para o outro? 

Sim, programas de transferência de renda rendem votos. Pode não virar a eleição, mas influencia. Além do mais, nunca se despejou tanto dinheiro tão perto das eleições (a dois meses da eleição). Haverá uma sensação de melhora econômica imediata.  

Com rejeição em alta, haverá voto envergonhado no Brasil? 

O eleitor costuma mentir ou omitir sua intenção de voto. Motivo: ele tem vergonha de declarar a sua escolha, que pode ser julgada (é o “receio de reprovação social”). Quer se passar uma imagem de acordo com o que se acredita, gerando uma subnotificação. Assim, são votos subestimados. 

As Fake News serão mais intensas?

Embora a Justiça Eleitoral se desdobre para combater a disseminação de informações falsas e prometa rapidez e rigor nas apurações, informações inverídicas ao vivo, em audiência de entrevista, tem alguns alcances e impactos que são irreversíveis. Precisa ser muito rápida a remoção ou moderação de conteúdo. O impacto da desinformação tende a ser maior ente ano por caus ado contexto político já radicalizado. As campanhas e a forma de fazer propaganda se reinventam e, no ambiente digital, esse processo é ainda mais rápido. Enfim, isso significa que indivíduos estão hoje mais facilmente expostos a materiais falsos, distorcidos, contraditórios, bem como à incivilidade, e isso interfere na qualidade do voto. 

Propagandas de TV terão impacto?

Medo e esperança desempenham papéis-chave nas campanhas. Esse binômio medo-esperança fará desta uma eleição com forte carga emocional. E um dos instrumentos para despertar essas emoções nos eleitores é a propaganda no rádio e na TV. O bombardeio de propagandas faz a diferença porque pega o eleitor desprevenido. Nesses espaços menores, o candidato bate sem receber uma resposta logo em seguida. Assim, esses espaços são ainda mais eficientes para atingir os eleitores. Enfim, o bolso do trabalhador será ponto central.   


A polarização nacional vai prevalecer?

Será o embate principal, e essa polarização nacional contaminará os pleitos estaduais. O candidato será avaliado a partir de sua proximidade com essas forças. Haverá redução dos temas em debate, foco nos valores caros aos candidatos, mas haverão atritos políticos e particularidades locais.  

Líderes religiosos vão influenciar?

Os evangélicos ainda são um dos poucos estratos que Bolsonaro ainda lidera. Porém, os pastores não determinam sozinhos os votos de seus fiéis. Há outros espaços de circulação da informação e a crise econômica vivida. 


Enfim...
Outras teses sobre o VOTO e algumas estratégias para fisgá-lo: 

·       Nem o aumento do Auxílio Brasil hoje (presente) nem a lembrança de benefícios (do passado) são capazes de, sozinhos, decidirem o voto. As pessoas não votam para expressar gratidão. Consciente ou inconscientemente, o voto tem mais a ver com quem será capaz de melhorar a vida (no futuro).

·       Vale destacar a polêmica “militância digital” e como essas eleições terão um lugar na história da comunicação digital. As redes sociais podem ajudar a ampliar e consolidar as democracias? Comunicação digital republicana ou fascista? Ou sair dela e apostar na comunicação tradicional (jornal, rádio, TV, corpo a corpo)? É possível criar um universo progressista nas redes brasileiras? Interação nas redes ou tentar comandá-las por fora? Afinal, elas já demonstraram ao mundo o potencial nefasto enquanto nova infraestrutura. Por um lado, há uma grande subversão democrática que alimenta a violência religiosa, étnica e política no mundo inteiro com a cumplicidade passiva dos grandes grupos tecnológicos. 

·       E por falar nisso,  o ponto fraco de Lula nessas campanhas pode ser o ponto forte do cBozo – as redes sociais, mais uma vez! O vínculo de Lula com o eleitor ainda é de outra era. Tomara que que basta para se eleger, mas, quando se vai às redes, fica claro que o petista está defasado. A fluência bolsonarista nas redes sociais ainda não foi igualdada por ninguém, nem por Lula. Claro, o cBozo joga sujo em tudo que tem. A pergunta então é: “Bolsonaro guarda trunfo nas redes?”

·       E disso tudo também se forja parte da matéria que leva eleitores a decidirem o voto. O eleitor é alguém hipossuficiente ou um cidadão responsável e capaz de fazer as suas escolhas? Alguns dos pontos mais baixos da algazarra cívica:

- pedidos obscenos de voto

- termos ofensivos

- mentiras e discurso de ódio

- conexões indevidas

- elogiar absurdos ou combater verdades – fogo cruzado do vale tudo

- máquina de falsificações e difamações

- ameaças pelas redes sociais (manejada com gozo pelo bolsonarismo)

- veiculação de fatos (sabidamente inverídicos)

- trocar o debate público por xingamentos

- batalhas encenadas de todo tipo

- tudo isso acaba sendo uma forma de canalizar a violência real na disputa do poder (o problema é que há violência de verdade, uso de armas, agressões e mortes)

- linguagem agressiva, críticas severas, promessas impossíveis e mentiras

- ataques e contra-ataques (físicos e no plano do discurso)

·       Emoção, medo e Voto. Os recursos da moderna propaganda estão mais uma vez sendo usados à exaustão nesta campanha para explorar as descobertas mais recentes da neurociência: o eleitor vota mais com a emoção que com a razão. E sabem que o medo é a emoção primária fundamental, a mais importante de nossa vida a influenciar as informações que recebemos. Assim, potencializados pelas redes sociais, os boatos e notícias fraudulentas exacerbam o medo do cidadão: “Se Lula ganhar, fechará as igrejas”. “Se Lula ganhar, será implantada a ditadura comunista no Brasil”. Porque a maioria do eleitorado é muito necessitada, é uma gente que vive, especialmente hoje que a fome voltou e a crise piorou, na beira da necessidade, abaixo da linha de pobreza, e qualquer promessa, ou qualquer ameaça, mexe com suas incertezas. Logo, vota-se pela barriga, pelo bolso, pelo medo de perder o pouco que se tem. Se não tivermos um presidente como o Lula que se preocupe com a educação como missão prioritária de seu governo, continuaremos nessa toada amedrontada. 

·       Há a tese de que o eleitor brasileiro não gosta de perder o voto. Ou seja, uma parte não vota em quem a preferência é muito baixa. Esses preferem simplesmente apoiar quem está à frente ou pelo simples fato de ter boas chances de vencer. 


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