Quem sou eu

Minha foto
São Francisco do Conde, Bahia, Brazil
Professor, (psico)pedagogo, coordenador pedagógico escolar e Especialista em Educação.
Obrigado pela visita!
Deixe seus comentários, e volte sempre!

"Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber" (Art. 205 da Constituição de 1988).

Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

domingo, 7 de julho de 2019

PARTE III: À mesa, muitos convidados, muita conversa e muitos pontos de vista.


Durante um banquete coletivo, os comes e bebes são intermediados por muitas conversas. As pessoas riem, falam ou simplesmente observam enquanto comem (que é o meu caso rsrs). Se o assunto for política haverá muito que discutir. Se a política é a única atividade coletiva direcionada a certas metas e fins comuns, realmente precisamos esclarecer que fins são esses, ou seja, os objetivos que a política pode ou deve atingir.  Existirão muitos pontos de vista porque existem muitos fins sugeridos ao ato político.

Todavia, é possível pelo menos apontar três grandes visões políticas que tentam dar sentido à experiência política e à relação dessa com as outras questões da condição humana. Assim, podemos resumi-las:

1.      Moralismo político: política é vida moral e ética, com valores políticos. A política deve ser direcionada à conquista de objetivos relevantes ou à proteção de certas questões: justiça, igualdade, liberdade, felicidade, fraternidade ou autodeterminação nacional. Em sua melhor versão, o moralismo político é parte de um processo de luta por uma sociedade melhor, que sugerem valores a serem buscados ou protegidos. Em resumo, a política existe para oferecer valores éticos e morais, tais como felicidade ou liberdade (Paulo Freire e Roberto Sidnei Macedo estão no grupo de pensadores que focam na moralidade como ato político. Também posso citar o Thomas More e o Robert Nozick).
2.      Realismo político: a política tem a ver com o poder, que é o meio pelo qual os fins são alcançados, os inimigos derrotados, e as concessões, mantidas. Ou seja, essa corrente rejeita a anterior, pois sem a habilidade de alcançar e exercer o poder, os valores (mesmo a despeito de quão nobres possam ser) são inúteis. Assim, os realistas concentram sua atenção no poder, no conflito, na guerra, e são, em geral, cínicos a respeito das motivações humanas. Geralmente seus contextos são de guerra civil e desordem. Aqui os homens são “mentirosos ingratos”; não são nobres nem virtuosos, com sérios riscos de motivações políticas que vão além das preocupações com o exercício do poder, um “estado de natureza” sem leis sérias em que vigora uma guerra de todos contra todos. Por meio de um “contrato social” com seus súditos, um suposto soberano (o “Príncipe”) exerce o poder absoluto para salvar a sociedade do seu estado bruto. Esse tipo de política é muito ideológico, pois resulta nos piores excessos do realismo, no qual os fins justificam meios brutais ou injustos. A política ideológica aqui parece ser uma luta perpétua ou guerra, entre campos rivais e irreconciliáveis. Eu ainda poderia comparar essa luta ideológica com uma competição entre times de futebol: a paixão, em vez da razão, seria mais importante na escolha por um time, e a vitória, em última instância, é o que conta (a maior parte da política feita em São Francisco do Conde foca nas fontes e no exercício do poder como ato político. Também posso citar o Nicolau Maquiavel e o Thomas Hobbes).
3.      Conselheiro sábio: esse assume uma posição pragmática que está preocupada com o alcance dos melhores resultados possíveis. Um mediador, que fica entre o realismo e o moralismo, ao lado dos filósofos políticos, como o pensador ou um poeta tipo o Alexander Pope que diz: “deixe os tolos discutirem a forma de governo. O mais bem administrado, seja qual for, é o melhor”. Isso porque, o “conselheiro sábio” sabe que o problema da guerra e do conflito jamais será erradicado, e argumentos a respeito da relação entre os valores políticos como liberdade e igualdade talvez nunca estejam resolvidos, mas talvez possamos progredir no desenvolvimento constitucional, na determinação de políticas e na garantia de que os governantes tenham a maior estabilidade possível (aqui estou eu, um admirador das habilidades e virtudes de um “conselheiro sábio”, como o filósofo chinês Confúcio).

Assim, a gente é aquilo que come. E eu como comida e livros.

Nenhum comentário:

Postar um comentário